quinta-feira, 3 de junho de 2010

35151 até 35161

1

Carne decomposta
E sonhos também
O quanto não vem
A mesa reposta
Ausente proposta
E o tempo não tem
Sequer outro bem
Ou sorte composta
Nas ânsias sublimes
E enfim não redimes
Os tantos enganos,
Restando sozinho
Ausente carinho
Em perdas e danos.

2

Delírio em mulher
Beleza sem par
No quanto vagar
Sem rumo qualquer,
E quando vier
O sonho rondar
A noite clamar
No todo se quer
Além do momento
Aonde alimento
Meu gozo e meu sonho
Resumo de vida
Se assim sendo urdida
Nela me componho.

3

Tais delicadezas
Em noite macia
Aonde se cria
Diversas belezas
Seguir correntezas
Beber fantasia
E tanta alegria
Exposta nas mesas
E camas lençóis
Os sonhos faróis
Traçando o caminho
Por onde adentrara
A lua mais clara
O gozo do vinho...

4

Eflúvios e incensos
Momentos de luz
E quando conduz
Aos mares intensos
Olhares mais tensos,
O corte produz,
Mas quando reluz;
Caminhos extensos.
Navego infinitos
Em dias bonitos
Em déias gentis
E quero esta sorte
Que tanto conforte,
Exigindo bis.

5

Os dias que rondas
As noites sem par
O tanto a vagar
Em mares e em ondas,
E assim também sondas
Imenso luar
Derrama no mar
Por mais que te escondas
No fundo se bebe
Beleza da sebe
Sublime e perfeita,
Minha alma se entrega
E enquanto navega
Também se deleita.

6

No quanto repasse
Caminho por tantos
Momentos e encantos
A vida se trace
Vencendo um impasse
Dobrando estes mantos,
Resumos em cantos
Do quanto se abrace
Dos sonhos sutis,
E quando te quis
Serena sereia
A noite em tal lua
Galgando flutua
E assim me incendeia.

7

Deste Éter sublime
Ao mais fundo mar,
Pudera encontrar
Quem tanto me estime,
E quando suprime
Meu mundo a vagar
Sem ter nem lugar
No canto que prime
Na sorte voraz
O passo se faz
Maior e tranqüilo,
Mas quando sozinho
Alheio e sem ninho,
Os féis eu destilo.

8

Róseo anoitecer
Incêndio solar,
Bebendo a tocar
Ou mesmo a tecer
Nas ânsias do ser
Querendo voar
Poder te encontrar
Em fino prazer,
O bem que se quis
O amor pede bis
E tudo começa
Na noite ou na tarde
Que nada retarde,
A vida sem pressa...

9

Em áureas manhãs
O sol se expressando
Em cenário brando
Diversos afãs
As horas malsãs
O tempo esgotando
O novo tramando
Esqueço estes cãs.
Resumo na luz
Ao quanto reluz
Uma alma sombria,
E a morte tão perto,
O olhar eu deserto,
E a cena se esfria...

10

Seguir correntezas
E nelas beber
Imenso prazer
Dos sonhos, as presas
As horas, surpresas,
O quanto saber
Adentra meu ser
Diversas certezas
Tranquilos os dias
E neles recrias
Momentos de paz,
A vida se expressa
E segue sem pressa
No quanto me traz.

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