1
Momentos alados
Em tanta alegria
Bem que poderia
Mudar os enfados
Diversos legados
E farta agonia
Aonde traria
Enredos e prados,
Sangrando o caminho
Aonde em espinho
Pudesse florir
Deixando meu mundo
No quanto aprofundo
Negando o porvir.
2
Em sonhos arcanjos
Momentos em paz
Aonde se traz
Além dos arranjos
E neles traçasse
Diversa seara
E nela se ampara
Gestando este impasse
Galgando outro tanto
E nele sem medo
Vivendo o degredo
Fatal desencanto
Aonde resumo
Da sorte seu sumo.
3
Em cítaras, liras
Os sons do meu sonho
E quando componho
Diversas mentiras
Assim tanto giras
No quanto enfadonho
O mundo tristonho
Retalhos e tiras,
Pudesse deveras
Conter primaveras
E ter a esperança
Mas nada somente
O tempo pressente
E ao farto se lança.
4
O quanto poderia se ferindo
No passo mais audaz até chegar
O fim do que tento desvendar
E tanto se pudesse e mesmo brindo
Vagando sem ter rumo um mundo infindo
Bebendo cada gota do luar
Tramando este disperso caminhar
E nele todo engodo que deslindo,
Resumo do que fora no passado
O tanto que pudesse no futuro,
O passo mais audaz tento e procuro
Deixando para trás o duro enfado
Restando tão somente este vazio
E nele cada traço em desvario.
5
Terias com certeza, mais respeito
Se tudo o que talvez ainda cante
Diverso do caminho do levante
Aonde no vazio me deleito
E quando o velho fardo ainda aceito
Bebendo do que tanto me adiante
Seguindo sem sentir a cada instante,
Ainda na verdade insatisfeito,
Amortalhada glória de sentir
O mundo sem saber sequer porvir
E tento novamente uma saída,
Depois de tantos anos solitário,
O canto sem remendos, um corsário
Deixando para trás a própria vida.
6
Das trevas que passei; um mero facho
Traçando o dia a dia mais sombrio
E quando na verdade desafio
E tento novamente o que não acho,
Bebendo do que pude acreditar
Restando dentro em mim a solidão
No pouco ou no vazio a direção
Diverso caminho a procurar
Algum motivo mesmo pra viver
E tento novamente algum caminho,
Resumo deste fardo dito ninho
Aonde nada pude em desprazer,
Alçara qualquer mundo além do quanto
Pudesse num desprezo que acalanto.
7
Quem dera fosse assim, um ser alheio
Seguindo sem destino vida afora,
O quanto do sentido me devora
E bebo do passado e me incendeio,
Recebo cada gota sem receio
E o todo aonde a sorte não decora
Pudesse me trazer o quanto outrora
Buscara noutro verso qualquer veio.
Restando dentro em mim a solidão,
Trançando já sem rumo a direção
Dos sonhos em que eu possa mergulhar,
Deixando para trás o desalento,
E quando ainda teimo e tanto tento
Sentindo este vazio a me tomar.
8
Procuro, tantas vezes, e não vejo
Sequer a menor sombra do que eu fora,
Imagem se mostrando sedutora
Do quanto poderia algum desejo,
Vasculho nas entranhas do meu ser
E tento desvendar qualquer segredo
E quando na ilusão inda concedo
As hordas tão terríveis do querer
Resvalo nos meus erros, meus enganos
E bebo a solidão que tu me deste,
Apenas o vazio solo agreste
Traçando dentro em mim diversos danos
Pudesse novamente ser feliz,
Mas nada nem o tempo ainda o quis.
9
Das noites que passei, quedei insone,
Buscando algum caminho sem saber
Do quanto poderia e sem te ter
A vida a cada dia me abandone.
Traçando no vazio alguma luz
Bebendo deste vinho avinagrado
Resumo do que fora no passado
Aonde o nada leva e reproduz
Apenas o cenário mais sombrio,
De tantas despedidas, falso sonho
Mergulho no que posso e me proponho
Embora se perceba ausente o fio,
Restando solitário em cada canto
O mundo noutra face gera o espanto.
10
Meus versos que se perdem sem sentido
No grito mais atroz em solidão,
Tramando novo dia o mesmo não,
Há tanto noutros cantos pressentido,
Expresso este cansaço de viver
Saudade dita a rumo e me conduzo
Apenas no que tanto sei confuso
Na ausência do que fora algum prazer,
O quanto poderia e nada tenho,
Resume o dia a dia de quem busca
Além do que pudesse e já me ofusca
Traçando sem ternura algum empenho,
E frágeis as palavras que ora trago
Resultam no vazio em farto estrago.
Nenhum comentário:
Postar um comentário