sexta-feira, 4 de junho de 2010

35411até 35420

1

Tivesse meu destino
Nas mãos eu poderia
Vencer esta agonia
Viver onde fascino
Ainda ser menino
E tanta fantasia
Vibrando dia a dia
No imenso desatino
Aonde desfilara
A noite etérea e clara
Sem medo do amanhã,
Um sol raro e clemente
O amor sempre presente
Vida nunca malsã.

2

Num sonho encantado
Aonde vibrando
No dia mais brando
O verso enredado
Nas mãos deste fado
E nele entregando
O quanto sem quando
O tempo traçado
Vivendo harmonia
E quando podia
Ter sempre este bem
Que a vida sonega
Na pureza entrega
Sabendo o que vem.

3

O quanto te segue
A luz do que buscas
E nunca te ofuscas
Enquanto prossegue
Sentido que negue
Tormentas mais bruscas
Paisagens tão fuscas
No quanto renegue
O passo cansado
O tempo negado
O fim da conversa
O peso da vida
Porquanto sentida
Noutro rumo versa.

4

Sementes no chão
Ascendo ao que possa
A vida se é nossa
É rara expressão
Vital solução
E tudo se apossa
Na voz que me endossa
No tempo o serão,
Vagando no nada
Porquanto esta estada
Permite outro rumo,
Assim me permito
Além do infinito
O todo que assumo.

5

Vivendo ao azar
Da vida sem rumo
Do quanto me esfumo
No tempo a vagar,
Rondando o luar
Ainda sem prumo
Bebendo do sumo
Até me fartar.
Encontro a saída
Por vezes perdida
E tanto pudera
Saber do que resta
Vislumbro esta festa
No olhar desta fera.

6

Tenaz alegria
Nos olhos de quem
Procurando alguém
Jamais o teria,
A noite se esfria
E nada retém
A sombra do bem
Que tanto eu queria,
Riscando este fato
No quando retrato
O mundo que possa,
A sorte semeio
E mesmo se alheio
Eu sei será nossa.

7

Desastres da sorte
Aumentos da dor,
A vida sem cor
O tempo sem norte,
Ao quanto suporte
Vital sonhador
No todo o calor
Negando este aporte,
O farto caminho
Aonde em espinho
Semeio tempestas,
E tento, portanto
Enquanto assim canto
O quanto me restas.

8

No quanto governa
A vida sem tramas
E nela me chamas
Em chama se eterna
Na face moderna
Modestos os dramas
E tanto reclamas
E a vida se interna
Nos antros vorazes
E neles me trazes
Talvez solução,
O tempo renega
A vida que é cega
Não tem direção.

9

Ainda responde
A voz deste alguém
Que em nada provém
E quando se esconde
Sem rumo sei onde
No parto não tem
O gozo do bem
E tanto arredonde
O tempo voraz
E quando sem paz
Capaz de loucuras
Assim me entranhando
No vento mais brando
Aonde procuras.

10

O quanto do nada
Pudesse trazer
Algum bel prazer
Ou mesmo outra alçada
Palavra cansada
De tanto querer
E nela o prazer
Em senda tramada
Resulta vazio
E quando me esfrio
Enfrento o fatal
Caminho sem trilho
Por onde palmilho
E perco o degrau.

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