quinta-feira, 3 de junho de 2010

35241 até 35250

1


Estrela avermelhada clareou
Tomando esta manhã intensamente
E assim toda a beleza se apresente
Do quanto cada sonho incendiou.
Promessa de outro dia de verão
E nele novas sendas, verdes prados
Resultam nos momentos mais sonhados
Do quanto tanto amor, exposição,
O sonho não se cala nem se deixa
Levar por outro rumo sem saber,
Vivendo tão somente este prazer
Deixando para trás o medo e a queixa
Um novo mundo vejo se tecendo
Mal surge o sol brilhando e renascendo.


2


Um povo que se achava solitário
Nas ânsias de outra vida, novo sonho
E quando mais além eu me proponho
Singrando este caminho necessário,
Vencendo qualquer medo um adversário
O tanto quanto busco mais risonho
Sedento caminheiro me componho
Do verso muitas vezes solidário.
Escuto a voz do tempo me guiando
Caminho mais suave se mostrando
Desnuda maravilha em lua cheia,
E quando amor tomar a direção
Os dias noutra face mostrarão
O brilho que decerto me incendeia.

3




As luzes que virão já se percebem
Nesta alvorada em rara maravilha
O quanto da esperança também brilha
E nelas versos claros sei se embebem,
Vagando pelas ruas, poesia
Os tantos menestréis regendo a vida,
E quando se pensara ora perdida
A sorte mais diversa enfim nos guia,
Bebendo cada fonte, cada instante
As frutas no quintal, canteiros, flores
Por onde tu seguires, queres, fores
Verás este momento deslumbrante
E nele novo tempo se promete
Aonde cada sonho me arremete.

4


O rosto desta infância viva em mim
Tramando outro momento, mesmo tarde
No quanto cada sonho se resguarde
O tempo se promete sem ter fim,
Veiculando o passo ao que será
Redimo cada engano do passado
E tento novo tempo abençoado
Buscando este caminho desde já.
Resumo a poesia em cada instante
E nela me entranhando sem temor,
Vivendo a plenitude de um amor
Aonde a fantasia se agigante,
O sol nascendo em força incomparável
Caminho mais bonito e mais saudável.


5


Os laivos das vergonhas em nudez
Do quanto se pensara em solidão,
Agora noutro tempo em geração
A morte na verdade se desfez
A dor que já criara em cada verso
Mergulha no vazio e surge o brilho
Aonde em poesia busco e trilho
Traçando com ternura este universo
E teimo contra a força da maré
A criação do sonho se permite
Além de qualquer dor, qualquer limite,
E sendo tão somente por que se é
A força de um desejo imperativo
Traçando cada luz em que me crivo.

6



Os olhos se voltando para frente
Aonde possam mesmo me trazer
O brilho inigualável do prazer
E nele cada estrela se apresente,
Desvios de caminhos no passado
Agora noutra face vejo a sorte,
E tendo esta emoção que me comporte
Num tempo com certeza abençoado,
Os véus da noite descem e mergulho
Bebendo cada verso em luz sublime
E tendo esta certeza que redime,
Do fato de sonhar eu já me orgulho
E dentre tantas dores vejo enfim
O sol já renascendo dentro em mim.

7

As tempestades chegam se dissipam,
E beijam cada sol que inda virá
E sei deste caminho e busco já
As cores que os futuros antecipam,
Resoluto delírio adentra a face
Nos olhos vendo a luz deste horizonte
Aonde novo tempo ora se aponte
E nele cada dia que se passe
Riscando com ternura o velho chão
Calando este granizo dentro em mim,
A sorte que buscara e sei sem fim
Encontra finalmente a direção.
Justiça feita em brilho e fantasia
O tempo noutro tempo surgiria.

8



Distante vive a dor e a falsidade
Dos olhos do poeta que se quer
Além deste temor, o que vier
E agora com ternura já me invade,
Resgato cada instante aonde a sombra
Bebera todo o sangue sem promessa
E quando a nova senda recomeça
Nem mesmo este fantasma ainda assombra,
Mergulho nos meus ermos e vasculho
Traçando cada mapa sobre o qual
O rito se transforme por igual,
Ouvindo bem mais próximo o marulho,
Resido no que possa acreditar
Além de qualquer dor, qualquer penar.


9

A vida se mostrando liberdade
E tendo nos meus olhos o horizonte
Aonde cada dia já se aponte
E nele toda a força em que se brade
O canto que procuro e me sacia
O gozo da promessa este conforto
E nele beijo a sorte, encontro o porto
Invado sem saber a fantasia,
Dos aços, ecos vivos dentro em mim,
Minérios de onde trago o que inda bebo
O mundo mais feliz que ora concebo
Trazendo cada sonho de onde vim,
E tendo esta certeza em meu olhar,
Só resta, sem defesas, mergulhar.


10


Espalha-se por certo em cada canto
Belezas que procuro desvendar
Nas ânsias delicadas, céu e mar
E nelas me entranhando já me encanto,
Resvalo nos meus erros do passado
As lágrimas cegando velhos ritos,
Os dias que viriam mais bonitos
Apenas do vazio algum herdado
Momento aonde possa perceber
Na fúria de um alento ou de tempesta
O quanto do meu sonho ainda resta
Tornando bem mais forte o meu querer,
As asas libertárias do meu sonho
Alçando paraíso ora componho.

Nenhum comentário: