sábado, 5 de junho de 2010

35611 até 35620

1

Amor dita também
A roupa que se veste
O tempo mais agreste
O quanto nada tem
O vento diz desdém
E ronda e me reveste
Da boca onde se ateste
O gozo o farto bem,
O quarto mais escuro
A lua que procuro
Desnuda em minha cama
Deitando este prazer
No tanto bem querer
No amor quando se inflama.

2

Subindo novamente
Vontade de poder
Vencer outro poder
O cheiro se apresente
No peso que não mente
No gozo e no prazer
Sentindo o teu querer
Tocando corpo e mente
O sonho vaidoso
O tempo majestoso
O rito delicado
Deitando em mansidão
Ditando a direção
Do amor sem ter pecado.


3

As águas deste mar
As lendas deste rio
O quanto em desvario
Aprendi te amar
Sorvendo devagar
Manhã dita o rocio
E sei que propicio
O que virei buscar
Nas delicadas fontes
E quanto mais apontes
Mais quero beber
Do gozo incomparável
Do tempo imaginável
A mina do prazer.

4

No quanto redimisse
Dos erros do passado
O dia disfarçado
E nunca permitisse
O quanto fosse e visse
Do todo o seu recado,
Vencendo o desolado
Caminho em que se vice
Manhã em luz suprema
O quanto nos algema
O gosto o sonho e a prece
No amor que a vida traz
Remete a voz audaz
E nela já se tece.

5

O tempo em temporal
O vento não esqueço
O quanto te obedeço
No doce ritual
O corpo sensual,
Já sei teu endereço
E sei até mereço
Um beijo ou outro tal
Conforme se queria
A noite vence o dia
E traz a lua em nós
Vida traz mais vida
No quanto a despedida
Gerasse nova foz.


6

O sonho este cristal
Gestado em poesia
E nele a fantasia
Adentra sem rival
O tempo desigual
E tanto poderia
Na fonte e na alegria
No imenso sideral
Bebendo cada estrela
Pudesse então sabê-la
Desnuda em rara chama
Vibrando em gozo farto
E se nunca mais aparto
A sorte dita e trama.

7

A vida que virá
Bendita esta beleza
E nela com certeza
Desejo e desde já
O quanto brilhará
Vencendo a correnteza
Sabendo com destreza
Ao todo já se irá
Descendo cada escada
E nela a madrugada
Em luas e violas
Serenatas em sonho
O quanto te proponho
Comigo ora decolas.

8

Nas voltas e ponteios
Mineiro coração
Tomando a direção
Seguindo doces veios
E quando vão alheios
Ao medo em sedução
E nele o quanto é vão
Entorna sem receios
Os ditos e os carinhos
Os olhos sem espinhos
A lua sobre nós
O tempo em vendaval
Amor um ritual
Também se trama algoz.

9

Singrando cada espaço
Dos mares que criei
Vivendo sendo rei
Castelo agora traço
Na renda doutro passo
No paço que sonhei
Na venda desta grei
No verso que te faço,
O gesto mais ousado
Sem medo nem pecado
Sem tréguas nem perdão
Mil léguas andaria
Bebendo a poesia
Que vem do coração.

10

Recebo o manso vento
Que tanto se queria
Vencendo a fantasia
E nela o pensamento
Porquanto indo sustento
Trazendo alegoria
E quanto em alegria
Alheio sofrimento
Meu verso se arrebenta
Na força da tormenta
E adentra a praia e areia
Sonhando com os braços
Nos olhos, ditos, traços
Nos seios da sereia.

Nenhum comentário: