sexta-feira, 4 de junho de 2010

35481 até 35490

1

A mão que assim desliza
Por sobre um corpo belo
No quanto já revelo
E bebo desta brisa
A sorte mais precisa
O reino, este castelo
Aonde nele selo
Amor tenta e matiza
Resumo minha vida
Na sorte preferida
De quem procura a paz
E tendo do meu lado
O sonho entrelaçado
De tudo sou capaz.

2

Margeio tais ribeiras
E sigo cada margem
Percebo nova aragem
Além do que mais queiras
As mãos seguem ligeiras
Assim nesta viagem
O quanto em hospedagem
Ainda em vão esgueiras
Restando tão somente
O sonho, meu provento
E quando me alimento
E tento novamente
Viver esta alegria,
É mera fantasia...

3

A sorte desditosa
O carma me transtorna
O quando não retorna
Do amor quando se glosa
A sorte caprichosa
No todo ainda adorna
O mundo em noite morna
Ou mesmo desairosa
Seguir o passo aonde
O tanto já se esconde
E o nada se apresenta
É ter nas mãos o vago
E quando sinto o afago
Apenas da tormenta.

4

Olhar que se deslumbra
Em noite tão bonita
É como uma bendita
Lanterna na penumbra,
E quando se acostuma
Ao fato de sonhar
A vida a se entregar
Aos céus sobejos ruma
E traz em cada fato
O dia costumeiro
E tanto é verdadeiro
Que quando nele eu me ato
Adentro o paraíso
Num passo mais preciso.

5

De todos raios belos
De um sol maravilhoso
O ser quase andrajoso
Revive seus rastelos
E tenta novas tramas
Por onde poderia
Vencer a noite fria
Em fráguas raras chamas,
Mas sei que na verdade
Não tendo outro caminho
O mundo tão mesquinho
Aos poucos já degrade
O passo rumo ao nada
Na longa e tosca estrada.

6

Pudesse deste sol
Beber a maravilha
Aonde já se trilha
Domina este arrebol
E tê-lo qual farol
Que ao longe guia e brilha
O quanto em armadilha
Protege em alto escol,
A cargo deste sonho
O tanto recomponho
E busco uma saída
Ao que pudesse ser
Além do desprazer
O se perder da vida.

7

Monótono cantar
Em ladainhas feito
O tempo já desfeito
Apenas a vagar
Resume meu sonhar
E quando enfim me deito
Nas ânsias me deleito
E tento navegar
Risonha tempestade
Por quanto ainda brade
O vento em temporal,
Sentir o teu perfume
E nele tanto rume
O amor claro e ideal.


8

Qual fosse alguma senda
Diversa desta a que
O amor sabe e se vê
No todo que se entenda
E quando se desvenda
A vida assim se crê
No mundo em que se lê
A sorte que se estenda
Gerando novamente
Em mim esta torrente
Incomparável luz
Aonde toda a sorte
Traduz um novo norte
Que aos poucos me conduz.


9

Em dias deleitosos
Momentos mais felizes
E quando ainda dizes
Dos ritos generosos
E neles prazerosos
Ausentes tolas crises
Distando dos deslizes
Por vezes caprichosos
Eu sei e sinto em mim
O amor que não tem fim
E renovando a vida
Permite ao caminheiro
Um sonho derradeiro,
Quem sabe; outra saída...

10

Adentra a natureza
Em fúria em tempestade
O quanto desagrade
Imensa correnteza
Levando sem destreza
O quanto ainda invade
E toma esta cidade
Decerto de surpresa,
Assim amor paixão
Tomando em erupção
Não deixa mais espaço
Ao siso necessário
E sendo temerário,
Ditando cada passo.

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