sexta-feira, 4 de junho de 2010

35471até 35480

1

A vida desde quando
Mostrara esta versão
Aonde em aversão
Procuro desvendando
Caminho aonde eu ando
Buscando a diversão
E quando em aversão
O passo já desando
Adentro o nada em mim
E sorvo até o fim
Do quanto não havia,
E tendo em minhas mãos
Diversos versos vãos
A vida é mais sombria.

2

Os olhos já cansados
De tantos horizontes
Aonde não despontes
Nem deixas mais traçados
Os rumos desejados
E neles novas fontes
E teimo em velhas pontes
Diversos rumos, fados,
E sei do que me aguarda
O quanto se retarda
O passo rumo ao vão
E tento novamente
Embora ora se ausente
De mim qualquer visão.

3

Os punhos que cerrados
Demonstram ira farta
A sorte já se aparta
E deixa seus legados
E quando noutros dados
O corte se descarta
Jogando em cada carta
Futuros desdobrados,
Resolvo vez em quando
O quanto se negando
O mundo noutra face
Por mais que busque a sorte
Encontro a minha morte
Nas sendas em que eu grasse.

4

Na cálida manhã
O sol emoldurando
O dia ameno e brando,
Porém imagem vã
Não traz senão malsã
A face se moldando
No quanto sonegando
O sonho em claro afã,
Resumo de uma história
Um tanto merencória
Nas sendas mais sutis
De um tempo aonde veste
O solo mais agreste
Em ar tão infeliz.

5

No quanto fosse tarde
O passo rumo ao nada,
A sorte desejada
Porquanto inda se aguarde
Do todo já resguarde
Negando uma alvorada
A vida desolada
O passo se retarde
E vejo sem o cais
Apenas vendavais
E neles o meu barco
O quanto poderia
A imagem da agonia
Apenas ora abarco.

6

Um ar quase invernal
Após o duro outono,
As sendas do abandono
O término, o final
Ausência já fatal
Tomando todo o sono,
O quando não me adono
Do fardo desigual
Permite tão somente
Que ainda em mim se ausente
A força da esperança
E quando mais atroz
Ainda escuto a voz
Da morte que ora avança.

7

Ao quanto ainda aspiro
Não deixa qualquer resto
E quando novo gesto
No quando inda respiro
A sensação do tiro
O gosto mais funesto
Do tanto que não presto
E ainda assim retiro
Dos ermos do meu ser
O sonho de viver,
Embora saiba algoz
O dia se findando
O tempo se esgotando
Ninguém ouve esta voz.

8

Sentindo o teu aroma
Embora tão distante
A senda fascinante
Ainda em mim se assoma,
O quanto disto doma
Ao menos num instante
O coração farsante
Imerso em leve coma,
Resido no que posso
E sendo este destroço
Caminho para o fim,
Apenas inda insisto
E quando assim persisto
Aromas no jardim...

9

Sentindo no teu seio
A imagem lapidar
De um tempo a se mostrar
Diverso do receio
E quanto fora alheio
Ao todo num vagar
Distante do luar
Nas fráguas me incendeio
E bebo a estupidez
Aonde se desfez
O rumo que buscara
A vida se apresenta
Em face tão sedenta
E nada mais aclara.

10

Um mundo mais ardente
Aonde eu possa ver
A sombra do querer
E nela se apresente
O quanto se pressente
Do farto e bom prazer,
Pudesse ainda crer,
Porém nada se sente
Senão este vazio
E quando o desvario
Domina cada passo,
Apenas tão cansado
Do tempo amargurado
A morte em mim eu traço.

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