sexta-feira, 4 de junho de 2010

35491 até 35500

1

Árvores gigantes
Em noites e trevas
Enquanto já cevas
Momentos distantes
No quanto adiantes
E assim também levas
Os olhos e nevas
Diversos instantes,
Medonha cascata
Aonde arrebata
O sonho que trago,
A morte se trama
E quando sem drama
Entrego-me ao lago.

2

Olhar singular
Aonde se vendo
O tempo desvendo
E busco um lugar
Aonde sonhar
E nele este adendo
Aos poucos morrendo
Disperso a vagar,
Resolvo meu cardo
Levando este fardo
Da vida sem rumo
Vagando distante
No quanto agigante
Também já me esfumo.

3

De todos os frutos
Que possa colher
A vida e o prazer
E neles os brutos
Caminhos astutos
Enquanto a se ver
O sol a tolher
Momentos abruptos
E sei do vazio
E quando desfio
O tempo sem nexo
Resolvo este intento
E sei que me invento
Um tanto perplexo.

4

Vitais saborosos
Os sonhos que traço
E ganhando espaço
Em ritos fogosos
Porquanto dolosos
Rendido desfaço
O gozo em cansaço
Beijos olorosos
No quarto seguro
No porto asseguro
O gesto sutil
De quem se tramando
Por vezes mais brando
Nefando se viu.

5

Dos olhos um homem
Procura o descanso
E quando eu avanço
As sombras já somem
E quanto se somem
As dores, remanso
No tempo que alcanço
Os medos consomem
O passo que possa
Trazer a palhoça
Aonde repouso
O quanto se fez
Em vã lucidez
Negando este pouso.

6

O quanto pudera
Em simples sentido
Falar decidido
Do medo e da fera
A sorte é quimera
E quando me olvido
Do tempo perdido
O quanto se espera
Do forte e da queda
Aonde se veda
O passo futuro
Vagando sem rumo
O quanto consumo
Do nada asseguro.

7

No corpo delgado
Nas ânsias complexas
As horas anexas
O dia negado
O tempo alegado
As horas perplexas
Aonde me indexas
E perdes o fado,
Assim poderia
Se toda alegria
Ditasse o que quero,
Mas quando me vejo
Aquém do desejo
Destino mais fero.

8

Vigoroso caminho
Aonde pudesse
O quanto se esquece
E sigo sozinho
No olhar mais mesquinho
Quem dera esta messe
Do tanto que a prece
Trouxesse em meu ninho
Resumo do fato
De ter teu retrato
Bem junto de mim,
O amor se mostrando
No quanto e no quando
Não houvesse um fim.

9

No canto guiado
Por vozes sobejas
E quando lampejas
Matando este enfado
Ouvindo o recado
Das sortes andejas
E nelas desejas
Além do marcado
Caminho entre sonhos
Por vezes medonhos
Ou tão mais suaves,
Assim ao me ver
Distante querer
No passo que traves.

10

Diviso-te além
Do quanto pudera
Vencer a quimera
Que sempre contém
A sorte em desdém
O gosto tempera
E tudo se gera
No tanto que tem
O fardo complexo
O mundo sem nexo
O canto sem par,
Assim nada vale
E tudo se cale
Sem nem mais sonhar.

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