sexta-feira, 4 de junho de 2010

35431 até 35440

1

O sonho de um ventre
Em sementes dado
No quanto fadado
Ou tanto concentre
A força que adentre
Da vida, um legado
E tendo tramado
O que leva dentre
Resumo da história
Na qual se refaz
Na vida capaz
E tendo esta glória
Renasce em beleza
Vital correnteza.

2

Do quanto orgulhoso
Caminho diverso
Daquele disperso
Sem rumo e sem gozo
Olhar caprichoso
Tecendo universo
E quando eu me verso
Num mar licoroso
Singrando o passado
Vivendo o presente
Sonhando o futuro
O tempo negado
Que agora apresente
E nele perduro.

3

No olhar outra dança
Nos pés o caminho
E quando me aninho
Nas mãos da esperança
Diversa lembrança
De sonho e de espinho,
Do amor e carinho
Fraterna aliança
A fonte secara
A porta escancara
E nada se vê
Somente o vazio
Da noite, no frio
Sem ter mais por que.

4

Amorosamente
O tempo se esvai
E nada se trai
Nem tampouco mente
O quanto pressente
A lua que cai
O medo contrai
O olhar se apresente
Rondando o meu mundo
E quando aprofundo
Tecendo outra trama
A vida incendeia
E bebe da teia
E ao sonho me clama.

5

Efêmero passo
Nas voltas da vida
No quanto surgida
Nas ânsias de um traço
E quando repasso
A sorte perdida
Ou noutra sentida
Também me desfaço,
Resulto do nada
Do tempo sem nexo
No rumo complexo
Voraz alvorada,
Mergulho no vago
E dele me alago.

6

Olhar deslumbrado
Procura sinais
Dos dias reais
Dos sonhos um brado,
No quanto me agrado
E peço bem mais
Que os velhos finais
Vagando outro prado
Resulto da fé
Do quanto se fosse
A vida agridoce
E do quanto se é
Resumos e dramas
No quanto me chamas.

7

Marchando sem rumo
Seguindo esta trilha
Aonde polvilha
A vida em seu sumo,
No tanto resumo
O quanto que brilha
A sorte palmilha
O mundo em que aprumo
O passo, outra senda
Que nada se estenda
Além do que possa,
Tramando outro fato
E nele retrato
A morte que é nossa.

8

À luz da candeia
A noite passando
O tempo rodando
No quanto incendeia
Assim teço a teia
Num ar onde em bando
O vento rondando
A porta se alheia
E o gozo permite
Além do limite
O quanto se sonha,
Mas vejo outra face
E nela desgrace
A vida medonha.

9

O quanto crepita
O fogo em tais lenhas
E quando convenhas
Além desta dita
Perceba a infinita
Estrada que tenhas
Partidas e senhas
E quando se grita
A voz não se escuta
A força, a labuta
O tempo não pára
O corte se entranha
Além da montanha
Em lua tão rara.

10

A vida quando arde
No peito de quem
O nada contém
Ou mesmo retarde
No passo que aguarde
Amor novo bem
E mesmo em desdém
Assim se resguarde
Dos erros constantes
E quando adiantes
Bem perto do fim,
Resumes o nada
E dita a estada
Distante de mim.

Nenhum comentário: