sexta-feira, 4 de junho de 2010

35371 até 35380

1

O ser antes do ter é mais complexo
E tento perceber o quanto eu possa
Vencer o descaminho aonde a troça
Invade e destroçando qualquer nexo
Na angústia eclesiástica do sexo
A fúria do que tanto nega e endossa
Errático caminho aonde a fossa
Escassa e me permite estar perplexo,
O vento noutra face se desmancha
O quanto deste amor inda deslancha
Embora seja frágil o argumento
Perante a insanidade que domina
O gozo na verdade dita a mina
Aonde com ternura eu me apascento.

2

Inúteis tantas brigas por amor
E quando se percebe a insanidade
Tomando o que decerto tanto agrade
Gerando o mais completo dissabor,
Vibrando na esperança em vária cor,
O todo se transborda em falsidade
E gera no final banalidade
Aonde poderia haver louvor,
Matando o que pudesse redimir
Negando qualquer sonho no porvir,
As brigas não trazendo quase nada,
Somente esta impressão de insegurança
Transforma em dor o quanto em temperança
Pudesse refazer uma alvorada.

3

O quanto tanto amor pudesse ainda
Trazer algum alento se mostrara
Diverso do que tanto nos declara
A realidade bela e mesmo infinda
Nesta magia imensa em que se brinda
A sorte se desnuda bem mais rara,
E quando cada etapa se prepara
E a sorte se tramando em face linda
O mundo se tempera em dor e treva,
No quanto ao sofrimento já nos leva
A solidão após a calmaria,
Não deixe que se veja em descaminho
O todo aonde trama este carinho
E a vida aos poucos tanto denegria.


4

O amor não resistindo aos vendavais
Tragado pela fúria de um ciúme,
Delírio muito além onde se esfume
Momento entre caminhos magistrais,
Resultam de tormentos tão iguais
A sorte se perdendo sem perfume
Aonde poderia estar no cume
E traça tão somente temporais.
Mergulho nos abismos que cevaste
Galgando tão somente este desgaste
E dele cada passo se desfaz,
Buscando tão somente a claridade
No quanto cada passo desagrade
Matando o que pudesse ser em paz.


5

Aprendo a cada instante o quanto amar
Pudesse nos trazer tranqüilidade
E quando além de toda a realidade
Eu sinto novamente a derramar
Nos olhos a esperança em céu e mar,
No quanto a minha voz ainda brade
E gere novamente a claridade
Tomando este cenário sem pensar,
Vasculho os meus escombros e refaço
O mundo na verdade em novo espaço
Tramando outro momento em luz sublime,
E assim nova seara se apresenta
Numa alma tão atroz quieta e sedenta
E cada sofrimento o amor redime.


6

Do todo em minha vida é muito além
E tudo o que inda possa acreditar
Tramando nesta angústia de te amar
Enquanto a realidade nada tem
Senão a fantasia que inda vem
Tomando a minha vida devagar
E sinto a cada instante me entregar
Nas ânsias deste imenso e raro bem.
A vida sem amor não vale nada
A sorte já perdida e destroçada
Nublando todo o céu de uma esperança
E o quanto se pudesse ser feliz
O desamor deveras tanto diz,
E o medo tão somente a vida alcança.

7

No amor quando domina o dia a dia
Não vejo qualquer sombra de ameaça
O tempo noutro tempo já se grassa
E o corte na verdade não havia,
Um mar em luz imensa se faria
E quando a sorte avança e dita a graça
O todo nada mesmo inda desfaça
Revigorando apenas fantasia,
No quanto poderia ser feliz
No amor que tanto quero e já me fiz
Além do sentimento, eternamente,
Assim na plenitude deste sonho
O verso que decerto hoje componho
A cada novo instante se apresente…

8


Andando pelas ruas da ilusão
Vagando em tantas ânsias do desejo,
A sorte que deveras mais prevejo
Traçando novos dias de verão,
Tristeza se perdendo em direção
Resumo noutro tanto o que ora almejo
Vencendo os temporais, sigo sobejo
Bebendo os bons momentos que virão.
Adentro a fantasia e busco a sorte
Aonde cada passo me conforte
Tramando no final felicidade,
Amar e ser feliz raro caminho
E quando no teu colo eu já me aninho
Certeza deste tanto agora invade.

9

Não tema a tempestade, beba o vento
Na fúria da emoção nada se cala
E quando uma alma quieta, vã vassala
Adentra tão somente o sofrimento
O quanto deste todo me alimento
A voz sem mais temor mais algo fala
Invade qualquer quarto toma a sala
E assim nesta paixão raro provento
Vivendo sem temer qualquer loucura,
O amor quando demais tanto amargura
E cura enquanto marca em cicatrizes,
Assim ao tatuar a nossa pele
Ao todo esta emoção feroz compele
Deixando nossos dias mais felizes.

10

Não podes sonegar o quanto houvera
Do amor que nos tomara num instante
Cenário turbulento e fascinante
A mansidão imensa de uma fera,
O quando do palácio diz tapera
O verso noutro fato se agigante,
O medo de uma forma deslumbrante
A cada novo passo o sonho gera
Ardis de uma paixão incontrolável
E nela me entranhara sem defesas,
Assim a vida segue em tais surpresas
Num tempo bem maior que o imaginável,
Morrendo e revivendo nas paixões
O mundo em mais incríveis direções.

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