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Amar e crer no fato
Gerado sem proveito
Do tempo sempre aceito
E nisto me resgato
Aonde não constato
O quanto em ledo pleito
Pudesse e me deleito
Ao ver o teu retrato,
Pousando neste sonho
Um mundo onde proponho
A sorte em tom diverso
Não tendo nestas lavras
Sequer novas palavras
Repito velhos versos.
62
O quanto te queria
Em tempos ancestrais
Falasse muito mais
Que toda a fantasia
A sorte, alegoria
Os sonhos magistrais
E quando tu te vais
O que me restaria?
Silenciosamente
A vida não desmente
Quem tente ser feliz,
E o prazo determina
O quanto desta mina
Explode em chafariz.
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Quisera pelo menos
A luz de teu olhar
Sem ter onde buscar
Somente em tais venenos
Momentos mais serenos
Ou mesmo a divagar
Notasse sem falar
Os cantos mesmo plenos,
Na intensa maravilha
Amor quando nos pilha
Invade e nada resta
Somente o que pudesse
E tendo a rara messe
A vida é mais honesta.
64
Erguendo um brinde à vida
Depois de tantos anos
Os olhos noutros planos
A sorte presumida
E quando o tempo acida
E gera imensos danos,
Ousando em desenganos
A morte; uma saída?
Não pude e nem tentara
Vencer a dita amara
E ter noutro cenário
Um dia mais feliz,
A luta então não quis
Além do necessário.
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Restauro os meus caminhos
E nada mais se vendo
Além do fim horrendo
Em dias mais daninhos
Os tempos são mesquinhos
O nada me contendo
Amor jamais provendo
Os velhos toscos ninhos,
A morte se anuncia
E o todo em agonia
Desenha o que inda tento,
Meu canto sem sentido,
O passo desvalido
O tosco sofrimento.
66
Tentara acreditar
Nos dias mais diversos
E sei dos velhos versos
Em noite de luar,
O tempo faz parar
E os dias tão dispersos
Agora estão imersos
No engodo a nos rondar,
A sorte diz do farto
Momento em que reparto
Apenas ilusões
E nisto sem defesas
Enfrento as correntezas
Às quais sempre me expões.
67
Unindo o que passou
E o quanto nada trago
Apenas se divago
Meu canto não moldou
Sequer o que restou
Num sonho espúrio e vago
A sorte traz o estrago
E a fonte já secou.
Não tendo outro caminho
Prossigo e se me alinho
A queda inevitável,
Ouvir esta promessa
Da vida que tropeça
Na pedra imaginável.
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Incômodos cenários
Em lutas desiguais
Pudesse enquanto vais
Vencer itinerários
Gerando após fadários
Momentos divinais
E tendo além o cais,
Ultrapassar corsários,
Amar e ter nos olhos
Mil flores entre abrolhos
E ser além de tudo
Um pouco mais sutil
E o quanto se previu
No fim eu desiludo.
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Ouvir quem não traria
Sequer o quanto pude
E sendo sempre rude
Desvendo esta agonia
Atendo o que teria
Estendo em plenitude
Entendo esta atitude
Sentir a tez sombria
De quem se fez aquém
Do quanto quero e vem
Apenas no meu sonho,
A morte não descansa
E aos ermos se me lança
Jorrando em tom medonho.
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Presumo o fim da luta
E sinto que no fundo
O quanto me aprofundo
Traduz e já reluta
O mundo se desfruta
E traz no olhar imundo
Um passo vagabundo
A morte é mais astuta,
E o franco derrotar
Não deixa caminhar
Quem quis algum descanso
Depois de tanta queda
A vida então me veda
E nada mais alcanço.
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