segunda-feira, 29 de novembro de 2010

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421

Nas pedras, nesta areia
A luta entre dois pólos
Diversos sonhos, solos
A vida me incendeia
E quanto mais se creia
Nos olhos sem os dolos
Procuro velhos colos
E nada me clareia,
Anseio pela praia
A sorte que me traia
Já não me caberia
A fúria das marés
O ser talvez quem és
Traduz a fantasia.

422

O toque desta espuma
O mar dentro de mim,
O tempo dita o fim
E a luta me acostuma
Ao quanto não mais ruma
E gera este estopim
Minha alma diz motim
E nada mais se apruma,
Esbarro nos enganos
E traço entre meus planos
Os danos costumeiros
Pudesse ser diverso
Do todo enquanto eu verso
Ousando entre os canteiros.

423

Meus pés já tão cansados
Da movediça vida
Aonde desprovida
A sorte diz em brados
E nada dos enfados
A porta presumida
No quanto é repartida
A luta entre dois Fados,
Vencer o que pudera
Talvez não mais na espera
O corte, a morte e o medo,
Do todo sem sentido
O manto diz do olvido
E em vão eu retrocedo.

424



O vento nos cabelos
O olhar procura a paz
Neste horizonte e traz
Somente pesadelos,
Aonde possa vê-los
Momentos, quando audaz
Meu tempo tão mordaz
Refere aos vãos desvelos,
Em zelos e mentiras
No quanto me retiras
Expiras esperança
E o prazo se findando
O mundo desde quando
Ao nada o tempo lança.

425

Eternamente pude
Vencer os maremotos
E nestes mais remotos
Caminhos, amplitude
E o tempo se faz rude
Trazendo velhas fotos
Em tantos terremotos
O todo que me ilude.
A paz já não viria
Nem mesmo uma utopia
Ou frágil sensação
Do errático cometa
Aonde se arremeta
Sequer a direção.

426

O mar e a areia, o sonho
A vida não transforma
O quanto ainda em forma
Diversa em paz componho,
Não vejo o que proponho
Nem sigo qualquer norma
A sorte me deforma
E sei ser mais bisonho,
O prazo determina
A sorte cristalina
De quem se fez audaz,
Após o nada ou tudo
Apenas se me iludo
O mundo se desfaz.


427

Atrevo a ver a neve
Em noite tropical
No sonho desigual
Aonde amor é breve
E o quanto ainda atreve
Gerando um ritual
Diverso deste astral
Por onde a sorte enleve,
O vândalo cenário
O canto temerário
O tempo não presume,
O nada se moldara
E sei desta seara
Distante o imenso cume.

428

O quanto convertesse
Meu passo em dor e pranto
No todo onde adianto
O mundo obedecesse
O corte que tecesse
O ledo e raro encanto
No prazo onde, portanto
A vida me esquecesse,
Espero alguma luz
E sei do quanto pus
E nada mais teria,
Apenas sordidez
Aonde o todo fez
A velha teoria.

429

Abrindo ou mais cerrando
Umbrais de uma esperança
O vento quando alcança
Já não seria brando,
Meu canto se tornando
Apenas a lembrança
Do quanto em vã fiança
O nada se moldando
Esbarro nos enganos
E sei dos tantos danos
Aos olhos de quem passa,
O risco de viver
Vontade de morrer
E o verso, uma cachaça.

430

O quanto poderia
Do tempo em tom diverso
Falar deste universo
Em tez mera sombria
A sorte não viria
Nem mesmo um novo verso
E quando desconverso
Marcando a fantasia,
Espero algum momento
Aonde possa e tento
Seguir novo caminho
Cenários tão mutantes
Enquanto por instantes
Do sonho eu avizinho.

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