sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

51711/20

51711

Buscar as diretrizes de uma vida
Marcada por enganos e temores,
Destarte prosseguindo sem te opores
A luta ora se mostra decidida.

E quanto noutra face tudo acida
Minha alma se entranhando em tais rancores,
Os ermos do caminho, nossas dores,
A sorte há tanto tempo enfim se olvida.

Aprendo com a queda e sei tão bem
Dos ermos que deveras tudo tem
Traçados mais diversos, ledos passos;

Os brilhos onde vejo uma esperança
Apenas ao vazio a sorte lança
E os dias mais felizes, tão escassos.


51712

Em tuas mãos está o teu futuro
E dele se presume o ser feliz
Ousando muito além do que se diz
Um porto não se faz sempre seguro.

Porém nesta ilusão, quando perduro
Eternamente sendo este aprendiz
Realço do passado a cicatriz
Deixando para trás o caos, o escuro.

Assim sou timoneiro desta nau
E sinto o que pudesse em bem ou mal
Gerar outro momento ou novo cais,

Amar e perdoar em liberdade,
Ainda que deveras nos degrade
A sorte imersa em raios, vendavais.

51713

Negar o quanto possa e mesmo assim
Ascendo ao que sentisse em noite clara,
A luta noutro tempo se prepara
Ditando a solidão mais viva em mim

Resulto deste todo e sei que vim
Vagando sem sentido e não notara
A imagem mais sombria e mesmo amara
matando em rude estio o meu jardim.

Porém amanhecer em novo tom,
Ousando harmonizar num sonho bom,
E florescer numa alma a eterna luz.

O quanto poderia ser melhor
A vida feita em dor, medo e suor
Supera em calmaria a dura cruz…

51714

Em ti vejo as respostas que procuras
A vida se permite ser assim,
O início determina o meio e o fim,
Somando dias bons com amarguras.

E quando em tal cenário configuras
O passo que pudesse ter enfim
Gestando o caminhar, aonde eu vim
Vielas afastadas, mesmo escuras.

Depois no amanhecer se redimisse
O todo ultrapassando esta mesmice
Abrindo o coração, velha porteira.

A luz tocando a pele mansamente
Ainda que pudesse ou mesmo tente
Expressa o quanto a vida mesmo queira.


51715

Não fujas dos problemas, pois somente
Quem luta no final terá tal sorte
E tendo quem deveras nos conforte
O passo a cada instante se fomente,

Um sonho que se mostre pertinente
A luta sem descanso não comporte
Somente a solidão e gera o corte,
Porém dele se vê nova semente.

O renascer nos traz a perspectiva
Ainda quando o sonho se cultiva
Marcando com ternura ou mesmo paz

O passo que o futuro nos deslinde
Bem antes que esperança em novo brinde
Ousasse demonstrar o que se faz.

716

Há tanto o que fazer e de tal forma
A vida não nos traz outro destino
Senão ao quanto possa e determino
Mostrando a sorte atroz que nos transforma.

Presumo a cada instante onde se informa
Legado de outro tempo cristalino
E quando me percebo e me alucino
A vida não grassasse essa reforma.

Participar do medo e ter além
O quanto não pudesse e quando vem
Desenha a face escusa da mentira.

Apenas ilusório; um vão bufão
Os dias noutros tantos moldarão
Somente o que a verdade nos retira.


717

Havendo o que pudesse me trazer
Num átimo o momento mais feliz,
Expresso o quanto possa e se desdiz
A luta sem ter nada a se esconder.

Ainda quando pude enaltecer
Seguindo a velha estrada, nada quis
Senão a mesma luz e por um triz
Deixara uma alma escusa apodrecer.

Renego cada passo rumo ao vago
E nisto enquanto tolo, aquém divago
Marcando com a luta o dia a dia,

A sorte noutro passo não conflui
E o risco demonstrando o quanto rui
Do sonho aonde a paz ora erigia.

718

Cansado desta luta aonde um dia
Apenas conheci o medo e a treva
O nada dentro da alma nada ceva
E o corte a cada ausência mostraria

A face dolorosa da agonia
E sei quanto o vazio agora neva
E quando imaginara mais longeva
Morrera sem sequer uma alegria.

Não tento acreditar em novo traço
Nem mesmo se pudesse aonde o faço
Meu mundo sorrateiro em tom mordaz.

essencialmente bebo o fim do sonho
E quando algum momento além proponho,
A vida novamente se desfaz.

719

Jamais acreditei noutra verdade
E sinto o que pudesse desabar
No passo sem destino a desenhar
cenário aonde o encanto nos degrade.

Ausento-me do quanto em claridade
O mundo poderia em luz solar
Trazer o quanto possa desfrutar
E nisto se desenha a claridade.

A luta não produz um resultado
Sequer quanto pudesse, ainda invado
Os restos deste caos, ruínas minhas.

Espero o que não há e nem houvera
Aprendo com a vida, leda fera
imerso entre as verdades mais daninhas.


720

Não pude e nem teria qualquer chance
De crer noutro momento ou mesmo além
O tanto quanto possa e não convém
Ao longe com certeza já me lance.

E vendo a minha vida num relance
O corte se anuncia e sei também
Da noite que decerto sempre vem
E nisto o som somente o nada alcance.

Nuances deste fato em ironia
O quanto na verdade poderia
Usar da magnitude ou mesmo a luta

Agrides com palavras quem te apóia
E neste desenhar a ausente bóia
Renega cada sonho e se reluta.

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