segunda-feira, 29 de novembro de 2010

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431

Olhando para a Terra
Expressos entre caos
E os dias sem as naus
A luta não se encerra
E o quanto já desterra
Os dias em degraus
Olhares turvos, maus
A morte dita a guerra,
Não posso e nem tentasse
Vencer qualquer impasse
Ou mesmo novo tempo
Desenha novamente
O que renova a mente
Num ar em contratempo.

432

Envio para além do pensamento
Sinais que poderiam me trazer
Além do quanto quero em tal prazer
A vida numa sorte onde alimento
O passo sem sentido e me atormento
Vagando sem saber onde o poder
Gerasse novo canto em bem querer
Ou mesmo no final o que inda tento,
Expresso a solidão a cada passo
E quando no final; volto e desfaço
Meu canto não teria melhor sorte,
Destarte um caminheiro sem um porto
Apenas resumindo sem conforto
A luta que deveras tanto corte.

433

Vagando sobre o quanto
Ainda não viria
Nem mesmo poderia
Ousar em novo encanto
A sorte diz do manto
Aonde se traria
A morte em agonia
Ou ledo e forte espanto,
O caos dentro desta alma
A luta não se acalma
E o mar eu abandono,
Depois de tantos erros
A vida em tais desterros
Do nada enfim me adono.

434

O tempo traz as cãs
E os olhos se perdendo
No quadro mais horrendo
Ausentes as manhãs
Aonde foram vãs
No toque me envolvendo
Apenas o remendo
E nele meus afãs,
As sortes e fortunas
As ondas, mares dunas
E coadunas quando
O tanto se esvaindo
O mar que quis infindo
Meu sonho divagando.

435

Palavras tão morosas
As sombras do passado
O tempo sonegado
A morte em raras rosas
As lutas caprichosas
E vejo enquanto evado
O todo já levado
Imerso em nebulosas.
O tanto o tento e o tinto
Momento onde pressinto
A vida sem sentido,
E o caos gerando o fim
Do todo que há em mim,
Já nada resolvido.

436

Deixando nalgum canto
O tanto quanto pude
Vencer em atitude
Ou mesmo em desencanto
O corte num espanto
A luta em plenitude
Na sorte esta virtude
Marcando o que agiganto,
A faca tem dois gumes
E quando além tu rumes
Verás o fim de tudo,
Meu passo sem sentido
O dia resumido
No todo onde me iludo.

437

Das rosas a estação
Nos olhos o vazio
O tempo onde recrio
Marcando a dimensão
Dos erros que verão
O quanto ora desfio,
E o dia mais sombrio
O manto em turbilhão,
Acordo em alvoroço
O sei do quanto em fosso
A vida se fizera
Marcando em discordância
Negando nova estância
Em leda primavera.

438

Morrendo a cada instante
Um pouco ou muito mais
Os dias são iguais
E nada me garante
Nem mesmo doravante
O quanto quero em cais
E sei dos temporais
Seguindo sempre avante,
O ledo caminhar
A noite a se moldar
Em trevas tão somente
Do brilho deste sol
O mundo sem farol
Sonega uma semente.

439

Clemência aonde um dia
Pudesse acreditar,
Mas nada no lugar
Trouxesse a fantasia
O corte se veria
Imenso a me tragar
E o canto a se entregar
Em leda fantasia,
Mergulho neste abismo
E quando além eu cismo
O prazo me extermina
A luta que incentiva
Nem mesmo o que se viva
Expõe a turva mina.


51440

Inverno em bombardeio
Acenas com a morte
E nada tendo aporte
Apenas já receio
O quanto em cada seio
Do mundo nos conforte
E tanto se quis forte
Quem nunca mais anseio,
Escalo cordilheiras
E quando além me queiras
Escassa dimensão
Do mundo sem proveito
E quando me deleito
Os dias dizem não.

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