segunda-feira, 29 de novembro de 2010

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491

Ao misturar os tons
Diversas emoções
E nelas tu me expões
Momentos raros, bons
A vida traz seus dons
E várias sensações
Em lábios seduções,
Nos carmesins batons,
A lua se envolvendo
E nisto cada adendo
Presume um canto além,
Eu te amo simplesmente
Embora tanto ausente
Em sonho sempre vem...

492

O tempo desacerta
E gera outro momento
E nisto sempre invento
A luta em ledo alerta
O rumo se conserta
O tanto em desatento
Gestando o sofrimento
Na porta sempre aberta,
Vagando sem um prumo
O quanto me acostumo
Ao sumo que viria
Bebendo em tua pele
O amor que nos compele
E trama a fantasia.

493

A vida em leda busca
Numa avidez sem par
Pudesse desenhar
Além da sorte brusca
O manto mais suave
O canto mais gentil
Ainda quando viu
A liberdade escave
O farto onde me pondo
Ao tempo sem fastio,
No fundo desafio
E sei que não me escondo,
Ousando ser feliz
Traçando o quanto eu quis.


494

A descoberta sorte
Sem nada que provenha
Marcando em velha senha
O quanto não suporte,
A vida não conforte
Quem tenta nova ordenha
E sei que não convenha
Senão quando comporte
O ledo caminhar
Ainda a se mostrar
Desnuda luta em paz,
E o rastro se abandona
Gerando e vindo à tona
O passo mais audaz.

495

O mundo colorindo
O sonho de quem tenta
Vencer velha tormenta
Ou mesmo distraindo
O passo quando infindo
Gerasse a turbulenta
Vontade que fomenta
O mundo em vão caindo,
Ocasos entre infaustos
E os velhos holocaustos
De nada adiantassem
Assim ao me entregar
Nos claustros do sonhar
Os dias se negassem.

496

Cotidianamente
Errando ou acertando
O tempo que quis brando
Agora segue e mente
E o todo num repente
Ou mesmo em contrabando
No quadro se moldando
Matando o quanto urgente,
Esqueço o que viria
E bebo a fantasia
Em goles mais vorazes
E após cada momento
O nada onde me alento
Deveras não me trazes.

497

A luz dança no olhar
De quem pudesse além
Do quanto sempre vem
Ainda imaginar
Ousando navegar
O mar e ser refém
Do amor em raro bem
E nisto se entregar,
Vagando sem resposta
A sorte decomposta
A luta não se cansa
E o verso mostra o fim
Do quanto existe em mim
São frutos da lembrança...

498

O vento nas folhagens
Os dias são diversos
E sei dos tantos versos
Ousando em tais miragens
Dispersas nas aragens
Os tempos e universos
Os dias onde imersos
Os passos são viagens,
Vagando em vário tom,
O corte o sonho e o som,
Resumo em vento e dor,
A luta não dispensa
E o tanto em noite imensa
Traduz tal dissabor.

499

Escrevo em verso e sonho
O quanto pude ver
Do raro amanhecer
Aonde em paz me ponho
E bebo este risonho
E louco alvorecer
Do todo noutro ser
E nisto eu me proponho,
Vestindo a fantasia
Jamais eu poderia
Viver o quanto é rude
O mundo sem um traço
Do quanto tento e passo
E a sorte ao fim ilude.

51500

Apenas adereço
Do quanto pude e nada
A sorte degradada
O mundo que eu mereço,
O prazo eu obedeço
E sei desta guinada
A frase mais ousada
Aquém deste endereço,
Tropeço e quando caio,
Olhar distando o raio
Troveja esta ilusão,
Dos tantos que pudera
Marcando a leda esfera
Os sonhos mudarão.

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