segunda-feira, 29 de novembro de 2010

51511/20

11

Não pude perceber
Sequer algum momento
E nisto quando tento
Talvez passando a crer
No quanto quis saber
Estranho sentimento
Roubando o desatento
Caminho a percorrer,
Depois de tanto engano
Se eu sinto que me dano
No fundo nada levo,
O mundo mais audaz
Pudera e jamais traz
O encanto mais longevo.

12

Cenário compartilho
Com quem tanto queria
Ousando em alegria
O canto em estribilho
Assim quando palmilho
As sendas da utopia,
Invado a alegoria
E a morte eu também trilho,
Vagando sem sentido
O quanto decidido
Do passo que não veio,
Na sorte desditosa
A vida também glosa
O canto em vão receio.

13

Aprendo com meu erro
E sei do quanto veja
A sorte malfazeja
Gerando este desterro
Aonde enfim o aterro
Na vida que dardeja
A sombra mais sobeja
O corte em ledo cerro,
Mergulho neste caos
E sei dos tempos maus
Em naus e em portos vagos,
Meu mundo sem sentido,
O passo resumido
Imerso em teus afagos.

14

A ponta do que tanto
Parece bem maior
Gerando após suor
O que já não garanto,
Mergulho e neste encanto
O mantra eu sei de cor,
E o quanto fui menor
No passo eu agiganto,
Gerindo cada engano
A vida onde me explano
Explode em dor e medo
No fim eu me concedo
E sei de cada plano
E dele o seu segredo.

15

Visões, dicotomias
Diversas sortes trago
E sei quando me alago
No quanto não bebias
Tomando em heresias
As horas que divago
O corte sem afago
Mortalhas, fantasias.
E sumo após a queda
Aonde o nada enreda
As rédeas não domino,
Depois de certa audácia
A vida em tal falácia
Completo desatino.

16


Bebendo a me fartar
Desta aguardente atroz
Já nada mais em nós
Pudesse desvendar
Sem rumo e sem lugar
Apenas resta a voz
De quem se fez veloz
Ao tanto caminhar,
Negar qualquer anseio
E quando além rodeio
Bradando contra a sorte,
No fundo nada tenho
Apenas o desenho
De quem já não comporte.

17

Mensagens mais diversas
E nelas outras tantas
E quando desencantas
Além dos mares versas
E sei que desconversas
E logo me adiantas
As horas que quebrantas
E as ânsias são dispersas,
Não pude e nem quisera
Viver em tanta espera
Sabendo que no fim,
Apenas o vazio
Aonde eu desafio
O resto vivo em mim.

18

A morte se anuncia
E vence cada ocaso
O tempo não aprazo
Na noite bem sombria
Ainda em poesia
O risco de um atraso
A vida em tal descaso
Já nada me traria,
A sórdida presença
Do que não me convença
Nem diga o que prefira
Esbarra no meu ego
E quando o vão carrego
A luta errando a mira.

19

Necessitara apenas
De um dia mais feliz
E o quanto outrora quis
Agora me condenas,
Já nada mais serenas
O sonho por um triz
O corte e a cicatriz
Enquanto me envenenas
Não tento outro cenário
E sei do solitário
Momento que terei
Após este mergulho
No quanto inda vasculho
A inútil, fútil, grei.

51520

Ouvisse quem pudera
Gestar outro momento
E quando o sonho eu tento
A noite destempera
E o manto degenera
Exposto sempre ao vento,
E assim meu pensamento
No vago desespera,
Aprendo ou mesmo quero
Em tudo ser sincero
E errático desenho
Etérea juventude
Ao menos inda ilude
E nada mais detenho.

Nenhum comentário: