Viver sem teu carinho, sem afago
É como me perder na multidão,
Sabendo ter comigo a solidão
Diversa da que em sonho ainda trago,
Vencida pelas ânsias costumeiras
De quem se fez amante e não sabia
Que ainda tendo aqui tanta agonia
As dores se fizeram as bandeiras
Às quais infelizmente inda me algemo,
Embora tanto lute contra e creia
Que a lua nascerá de novo cheia,
E sei que este vazio enorme, eu temo.
Teimando vejo tento a claridade
E mesmo quando a treva adentra e invade.
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