terça-feira, 9 de março de 2010

00738

Não tendo mais sequer algo concreto
A vida vai cobrando cada toque
E mesmo quando o tempo não retoque
Procuro inutilmente colo e teto.

Sarjetas que freqüento, botequins,
Os tempos são bem árduos, disto eu sei,
Amante que se dá em qualquer grei,
Motéis, vilas e bares, e capins

Os homens são chupins e nada dão
Somente a sensação deste abandono,
E quando volto a casa já sem sono,
O cheiro que se emana: podridão

Porém o que me causa mais estrago:
Viver sem teu carinho, sem afago

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