Depois de tanto inverno vida afora
Percebo no final que a primavera
Ainda que se faz em longa espera
E mesmo tantas vezes já demora
Um dia chegará, eis o que penso,
E o corpo se exaurindo no caminho,
Andando em pedregulho, farpa e espinho
Gerando este terror cruel e intenso.
Recordo cada passo desta estrada
E nela este desenho se apresenta
A sorte muitas vezes violenta
Traduzindo no fim o mesmo nada.
Quem dera se entranhasse o bom viver
Da vida desenhada com prazer
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