sábado, 13 de março de 2010

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933

E tomas minha vida em tuas mãos.
Devastações imensas, tempestades,
E quando me dominas, tanto invades
Deixando tantos rastros, dias vãos

E neles a esperança se transforma,
O medo me fascina e me seduz,
Qual fosse uma falena em plena luz
Amor já não respeita qualquer norma

E furiosamente enamorada
Bebendo do fulgor que tu me trazes
Momentos de delírio mais audazes,
Tomando a cada dia mais a estrada

E nela minto às vezes ao dizer:
‘Não és sequer razão do meu viver”.


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‘Não és sequer razão do meu viver”.
Além da minha vida, eternidade.
Por mais que volte enfim à realidade,
Sem teu amor não posso nada ver

Além do mar azul, deste oceano,
Vivendo etéreo sonho: ser feliz,
Imensidade em tu tudo me diz,
Amor suprema luz, dom soberano.

Escravizada uma alma se acorrenta
E abençoando assim esta prisão,
No encanto muito além da sedução,
A força da paixão tão violenta

Tu és das esperanças, nobres grãos
Os dias sem te ter; concebo vãos


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Os dias sem te ter; concebo vãos
Vazias esperanças, nada além
Do quanto sobrevivo sem alguém
Repetem-se deveras tantos nãos.

Não deixe que esta história chegue ao fim,
Não quero e nem consigo perceber
O que será, Meu Deus, do meu viver
Se tudo terminasse o que há de mim?

Apenas respirar e nada mais,
A morte então seria a redenção
Vazio e sem destino coração
Exposto aos mais terríveis vendavais.

Sem rumo uma alma solta, vã, perdida
“Pois que tu és já toda a minha vida!”

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