terça-feira, 16 de março de 2010

27002/003/004

E levas aos demônios que recrias
Em holocaustos ritos sanguinários,
Aonde se pensaram temerários
Caminhos que nos tracem agonias

Vivenciando apenas a ilusão
E nela se transforma totalmente
Enquanto da verdade mais se ausente
As dores em terrível procissão.

Acasos são comuns e neles vejo
Reflexos do outras eras disfarçados,
Aonde revivendo os meus passados
Futuro se tornando malfazejo.

Esgoto dentro em mim uma esperança
Sabendo que o vazio toma e avança.

27003


Vencer os meus terrores, ser guiado
Por luzes mesmo falsas e enganosas,
Se ainda não houvesse mais as rosas
Jardim das esperanças destroçado.

Só sei que nada sei e estou cansado
Das mesmas desventuras mentirosas
E nelas as histórias caprichosas
Refletem um caminho maltratado.

E quando o coração tão maltrapilho
Seguindo pela estrada aonde trilho
Divisando com todo o sofrimento.

E, trôpego não tenho outro endereço
Senão a mesma queda que conheço
E nela refletido o desalento...

27004


E quando em luzes frágeis inda tento
Fazer dos meus tormentos, alegria
Por mais que outro momento a vida cria
Reflete novamente o desalento.

Ao longe a voz cansada da esperança
Clamando por talvez não creia mais
E nela se percebem rituais
Enquanto ao nada ter a voz se lança.

Apenas quem se fez um sonhador
Recolhe a cada dia seus pedaços,
E os dias entremeiam rotos laços
Tentando algum momento salvador.

Quem dera se inda houvesse alguma luz,
Mas nada, sempre o nada, inda reluz...

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