terça-feira, 16 de março de 2010

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27076

Das noites que brumosas eu enfrento
Jamais imaginara alvorecer
Num sol onde pudesse preceber
Divina fantasia em que me adentro

E tendo tanta força, me concentro
Na lúdica expressão de algum poder,
Sabendo que afinal irei vencer
Fugindo destes vértices, no centro.

Caminho que perfaço o mais sensato
E nele não mais falho ou desbarato
Usando em parcimônia este bom senso.

Não deixo me extremar, por isso vejo
No olhar de quem procuro igual desejo
E nisto vou vivendo menos tenso.


27077

Se eu pude meus caminhos percorrer
Enfrentando as angústias corriqueiras,
Usando de esperanças quais bandeiras
Futuro bem tranqüilo, posso ver.

Pacificando sempre o coração
E assim com equilíbrio levo a vida,
Por mais que se pareça já perdida
Momentos mais suaves mostrarão

Que tudo se esboçando com firmeza
Permite a claridade do amanhã
E tendo na alegria o meu afã,
Não temo dissabor nem correnteza.

Sabedoria é ter no olhar sereno,
Antídoto que impede algum veneno.

27078

E deixe-se levar por vão tormento
Quem tantas vezes teve em suas mãos
No olhar abençoado seus irmãos
E preferiu beber do imenso vento.

Não posso mais sentir contentamento
Se eu sei dos dias vagos, tristes, vãos,
E neles sempre ouvindo os mesmos nãos,
Da morte este venal pressentimento.

Servir sem ser servido e não negar
O braço a quem precisa caminhar
Por mais que isto pareça contra-senso,

É ter já libertada uma alma pura,
E quando se percebe esta perdura
Abrindo um horizonte enorme, imenso.

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