quinta-feira, 18 de março de 2010

27125/26/27

27125




“Combates não planeja em vasta liça”
Quem tenta ser feliz e traz nas mãos
As alegrias como fossem grãos
Embora a terra seja movediça.

Viver o amor insano e ter certeza
Do quanto é necessária a luta imensa,
E quando num prazer, a recompensa,
Explode nos meus olhos tal beleza.

Ourives da palavra, quem me dera
Concretizar os sonhos que versejo
Gravando em meu olhar este azulejo
Presente no vigor da primavera.

Ouvisse a voz do vento me clamando
Num tom sempre suave, doce e brando...


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“De prantos nem de sangue está manchado”
O coração em plena falsidade
Por mais que a dor ainda chegue e invade,
Caminho com certeza já traçado.

Há muito que procuro alguma imagem
Que possa traduzir o quão perverso
O mundo em que me encontra agora imerso,
Felicidade é, pois uma miragem.

Sacrossanto direito de sonhar
E ter dos sonhos luzes mais presentes,
Mas quando me percebo em penitentes
Momentos me esquecendo do luar,

O pranto que derramas, nada diz,
Do amor que tanto quis, nem cicatriz...

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“Ama o trabalho, e o módico salário”
Quem tanto desejara e nada tendo
Sequer um sonho bom, quase estupendo,
Num viver sem destino e temerário.

Pudesse ter ao menos o carinho
De quem já desejei e não me quis,
Eternamente sigo, um aprendiz,
Deveras cada dia mais sozinho.

Pudesse crer na luz de um belo sol
Que ainda se tornasse mais presente,
E quando o fim da tarde se pressente
Nem mesmo a lua surge qual farol.

Percebo quão escura minha noite,
Sem ter sequer carinho que me acoite...

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