sábado, 20 de março de 2010

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“Tudo - à vida, que nunca te deu nada”
Tu deste sem pensar um só segundo
E quando nos teus passos me aprofundo
A sorte sem igual é vislumbrada.

Assim como se adentra em fantasias
Diversas noites; galga o pensamento
E nele ao mesmo tempo me atormento
Enquanto realidades várias crias.

A vida muitas vezes traiçoeira
Permite queda após queda e, portanto
Mesmo quando diverso seja o canto,
Não sigo fielmente uma bandeira.

Apraza-me saber diversidade
E nela se conclui realidade.

27269

“Soubeste dar à vida, em que morreste,”
Um ar de soberana maravilha,
E quando ao longe estrela imensa brilha
Aonde outrora vira cena agreste

Encontro-te deveras nesta estrela
Luzindo eternamente em tal fulgor,
Do quanto em vida foste tradutor
De insofismável luz; como é bom vê-la!

Os olhos no horizonte percebendo
Incontestável fonte que me sacia,
E ao se mostrar gigante, traz ao dia
Um ar inquestionável e estupendo.

Assisto ao espetáculo divino,
Revendo-te estrelar, eu me fascino...


27270


“Antes, pobre, despida e trespassada,”
Agora emoldurada em luz superna,
O quanto deste brilho já se externa
Tornando qualquer noite enluarada.

Houvesse mais caminhos como o teu
O mundo com certeza, bem melhor,
Lições que me ensinaste e sei de cor,
Dourando intensamente escuro breu.

E quando se desnuda em belas sendas,
Por sobre cordilheiras, soberana,
Tua presença etérea tanto ufana
Sublimes fantasias que desvendas.

Tu és e sempre foste além da vida,
A estrela pelos céus, em paz, ungida.

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