sábado, 20 de março de 2010

27256/257/258

27256

“São iguais, são irmãs no amor do belo!”
As Musas que me inspiram em meus versos,
Sentidos muitas vezes tão diversos,
Mas neles sentimentos eu revelo.

Melodias que chegam do passado,
Momentos que vivi, outros nem tanto,
Mas quando com ternura, em tento e canto,
Algum pedaço meu é revelado.

Os sonhos se traduzem por vontades,
Às vezes saciáveis, noutras não,
Porém eles deveras mostrarão
As sombras de prováveis realidades.

Assim do imaginário eu posso ver
Um pouco do que existe no meu ser.


27257


“O mesmo entusiasmo as vivifica,”
Vontades e querências recolhidas
Durante as várias faces, tantas vidas
Aonde o pensamento se edifica.

Variantes entre tantos pensamentos,
Sentidos mais dispersos, suas somas
Permite este mosaico aonde tomas
As tuas decisões; dores e alentos.

Te entregando sem medo aos temporais
Verás neles lições para o que resta
Da vida mesmo quando mais funesta
Navegação ensina onde há um cais.

Assim nas discrepâncias se concebe
O ser que em ti agora se percebe.


25258


“Idéias do prazer — do mal no olvido”
Enquanto a dor se torna mais presente,
Assim quando do gozo a vida ausente
Permite imaginar-se tão sofrido.

Mas quando uma alegria nos invade,
Decerto se esquecendo pouco após,
O rio se perdendo noutra foz,
Lembramos do que fora tempestade.

Não deixe que isto faça com que tudo
Pareça bem diverso, noutro fato,
Se em dores tão somente eu me retrato,
Deveras, sobre a vida eu já me iludo.

Caminho sobre brasas; sei das dores,
Mas também sei colher, da vida, flores...

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