quarta-feira, 17 de março de 2010

27110/111/112

27110

“Dos soberanos de passados dias”
Apenas a lembrança habita o sonho
Que inutilmente agora em vão componho
Gerado enquanto; insana, fantasias,

Vivesse pelo menos alegrias,
Mas sei quanto terrível e medonho
O quanto em desafio me proponho
Na ausência do que fossem alegrias.

Ao menos poderia perceber
Num átimo um sorriso delicado,
E tendo o meu caminho já traçado

Nas ânsias mais sobejas do poder
Enfrento os desafios de quem tanto
Tivera tão somente o desencanto!


27111

“Lede nos régios túmulos a história”
De quem se fez senhora dos meus ais,
Os dias que pensara magistrais
Tornaram minha vida merencória.

Pudesse finalmente ter a glória
Descrita nos momentos sensuais
Diverso do que agora demonstrais
Em vosso olhar somente em vã memória

Recebo em desalento a vaga sorte
Que tanto desejara e não conforte
Quem sabe ser ausente uma esperança.

E tendo-vos querida qual rainha
Aonde a minha senda desalinha,
Por onde tanto amor jamais alcança...

27112

“Quereis saber da majestade a glória?”
Procuro algum momento em que inda possa
Sonhar além do medo feito em troça
Deixando para trás qualquer vanglória.

Não quero da vida mera escória
Tampouco mergulhando em funda fossa
Realço esta verdade que destroça
Por mais que fantasia, a luz decore-a.

Navego pelos mares mais distantes
E vendo estrelas belas radiantes,
Sonhando com suave ancoradouro,

E tendo-vos por guia em noite imensa,
Minha alma tão somente que e pensa
Em vós como se fosseis meu tesouro...

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