domingo, 27 de março de 2011

171

Na verdade o que se faz
Pouco importa a quem consegue
Caminhar e não sonegue
O cenário feito em paz
A verdade mais audaz
Tendo o rumo onde prossegue
Quando tempo além trafegue
Nova estrela a vida traz.
De outros tempos, oriundo
O cenário onde aprofundo
O meu canto em desatino,
Bebo o néctar que me deste
E se possa ser celeste
Nos teus braços me alucino.

172

Coletando a poesia
Metáforas vou colhendo
Onde o tempo fora horrendo
Esperança já recria,
Necessito da alegria
E se possa ora desvendo
O cenário me envolvendo
Muito mais do que eu queria.
Resumindo o quanto quero
E jamais fora insincero
Trago os olhos no futuro
Sendo o mundo sempre assim,
Traço em ti o que desejo
E no céu feito azulejo
Meu começo, o todo e o fim.

173

Já não tenho o que temer
Nem pudesse ser diverso
Onde reina este universo
Feito sempre em bem querer
Nas entranhas do prazer
Com certeza quero e verso
E não sendo enfim disperso
Posso em ti ora me ver.
Navegar sempre é preciso
E o momento onde matizo
O meu mundo traduzisse
Tanto quero e assim tateio
Sem saber sequer receio
Superando uma mesmice.

175

Banho os olhos no futuro
E procuro estar contigo
E deveras se eu consigo
O meu passo eu asseguro,
Nada mais quando perduro
Nos anseios e prossigo
Mesmo vendo algum perigo,
Neste solo árido e duro.
Respirando o poluído
Caminhar entre temores,
Meu cenário revolvido
Mesmo quando não mais fores,
Nas vontades da libido
Toco espinho e bebo flores.

176

Cravejando o que me resta
Em brilhantes, mesmo falsos,
Os diversos cadafalsos
Traduzindo cada fresta,
O que tanto nos empesta
Versa em tantos vãos percalços
E os desejos vão descalços
Provocando a rude festa.
Madrugada em lua cheia
Nua, a deusa me rodeia
E desvenda este mistério
Tanto amor vida comporta
Sempre abrindo a mesma porta
Sem saber qualquer critério.

177

Cadencia o passo quando
Outro tanto se arremete
No caminho o canivete
No meu corpo aprofundando,
Tantas vezes versejando
Onde o rumo se promete
A viagem se repete
No cenário agora brando.
Inda vejo o colorido
Destes tempos geniais
E o meu canto presumido
Traça em novos rituais
Dias quando não duvido
Dos momentos magistrais.

178

Coração exposto traz
Toda a sorte que busquei
E se faz do amor a lei
Com certeza é mais audaz.
Deixo tudo para trás
E se em ti eu mergulhei
Cada verso que tracei
Outro tempo se desfaz,
Revelando o amanhecer
Possa mesmo merecer
O que a vida me prepara,
Mesmo sendo tão discreto
O que possa e me completo
Transcendesse a tal seara.

179

Absorvendo a queda sigo
Contra tudo o que vier.
Nos anseios da mulher
Redenção traça o perigo,
E também o desabrigo
Onde o tanto que se quer
Refletindo o malmequer
No final, teimo e prossigo.
Restaurando cada passo
Mesmo quando sigo lasso
Nada resta do passado,
Ventania anunciasse
O cenário em clara face
Neste encanto, abençoado.

180

Participo do que um dia
Tantas vezes desejei.
Ouso mesmo ser o rei
Onde nada mais havia,
Sendo assim tal utopia
Traça o quanto recriei
Do momento onde entranhei
A verdade eu não veria.
Pouso mansa e claramente
E decerto não desmente
O meu verso mais sutil.
Caminhando contra a fúria
Do que possa em tal injúria,
Mas jamais alguém a viu.

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