quarta-feira, 30 de março de 2011

231
Não pude e não tivesse
A chance de seguir
E quando a vida tece
O quanto que há de vir
O manto se obscurece
E gera este elixir.

O caos dentro do peito
O verso sem sentido
E quanto mais desfeito
O passo resumido
No mundo onde me deito
E bebo o ledo olvido,

Reparto com vazios
Os torpes, ledos fios.

232

Apenas apresento
O fim de cada peça
No quanto apenas tento
Vencer o que tropeça
Sem nada mais atento
Aonde o caos se meça

Resumo de outra sorte
Somando ao que não veio
Apenas se comporte
O toque em tal receio
Vencido pelo corte
Em tom mordaz e alheio,

O centro da atenção
Explode em negação.

233


Acolho cada engano
E bebo sem saber
O quanto me profano
E vivo o que há de ser
No prazo onde me dano
Na morte a se tecer

O canto sem sentido
O verso não se traz
Aonde resumido
Vibrasse em tom mordaz
O manto revolvido
O corte mais tenaz,

Não tendo o que se queira
A sorte é derradeira.

234

Apresentando enfim
O jogo onde perdera
A luta dentro em mim
E nisto obedecera
Ao quanto trago e assim
A sorte em vão tecera,

Apenas o que resta
Da luta sem proveito
A venda mais funesta
O mundo não aceito
E o tempo tenta a fresta
Enquanto em vão me deito.

Não pude e não se faz
Sequer a mera paz.

235

No canto sem sentido
No verso já perdendo
O tanto que inda olvido
E sei mero remendo
O mundo resumido
Expressa o tom horrendo.

Reparo cada passo
Aonde nada houvera
Somente o descompasso
E nele a luta fera
Marcando o que ora traço
Enquanto destempera.

O prazo se esgotando
Num mundo mais nefando.

236


Apresentar apenas
Os erros costumeiros
E envolto em tantas cenas
Matando os meus canteiros
Enquanto me condenas
Espero os derradeiros

Momentos onde o vento
Pudesse se aplacar
O que deveras tento
Não pude sufocar
Sem ter no pensamento
Sequer algum lugar,

Meu mundo se aproxima
Da luta em vaga estima.


237


Acolho cada passo
Que um dia poderia
Trazer fora o cansaço
Aonde a fantasia
Bebendo cada traço
No fim nada faria.

Resulto do meu caos
E canto sem sentido
Os dias sendo maus
O sonho repartido
Os versos em degraus
Traduzem o que olvido,

Não quero mais apenas
O quanto em vão condenas.


238

Vestisse a hipocrisia
E nada mais tivesse
Além do dia a dia
A vida aonde a prece
Decerto não valia
E nisto se oferece

O rústico cenário
E nele o que se queira
Produz itinerário
Diverso em derradeira
Vontade, e solitário
Meu mundo em vão se inteira.

Não pude ser feliz,
E o canto nada diz.

239


Não quero qualquer tom
Diverso da esperança,
Mas sei do raro dom
Aonde o vão se lança
E marco cada som
Em turva confiança

Matando o que se quer
E nada mais promete
O sonho em malmequer
O corte em canivete
E o vasto onde puder
Ao nada me arremete.

Espero no final
A sorte mais venal.

240

Ao menos eu tentei
E sei que no final
O rumo onde entranhei
Expressa o tom venal.
Do mundo em leda grei
Ou mesmo em vão degrau.

Não pude e não vivesse
Ainda o que se queira
O canto sendo em prece
A sorte derradeira
No tanto que se esquece
Da morte mensageira

Versando sobre o nada
Matando a rude estrada


241

Não quero nem um sonho
Apenas prosseguir
Em mundo mais bisonho
Sem ter qualquer porvir,
E o quanto decomponho
Impede o conseguir.

Somente me apresento
Ao léu e nada vejo
Ainda neste vento
O sórdido desejo
Tramando este excremento
Aonde o vão almejo,

Esqueço algum atalho
E apenas me retalho.

242


Não quero a sorte amarga
De quem se fez aquém
Da sorte que me larga
E sei já não mais vem,
E a luta traz e embarga
Marcando com desdém,

O verso sem sentido
O prazo desumano,
O mundo desprovido
Do quanto enfim me dano,
Vencido e convencido
Do medo onde me explano

Espero alguma luz
Aonde a sorte é cruz.


243


Mapeio o que me trazes
Com o quanto restasse
A vida em novas fases
Expressa o desenlace
E neste os mais audazes
Cenários, rude face.

O caos se aproximando
Do verso sem sentido
O tempo desabando
E nisto o que divido
Não deixa em contrabando
O mundo desprovido.

Esqueço o que se fez
Em tola estupidez.

244

Realço o que não veio
E bebo o fim do jogo,
O mundo segue alheio
Ao que se fez em rogo,
E quando devaneio
Adentro o rude fogo,

Esqueço o meu caminho
E sei do que não trace
O tempo mais mesquinho
Moldando a rude face
Enquanto em vão me alinho
O mundo me desgrace;

E resolutamente
A vida invade e mente.


245

Apenas a sangria
Presente que ofertaste
A quem não poderia
Em duro e vão desgaste
Morrendo a cada dia
Em meio ao que negaste,

Repare cada passo
Seguindo sem proveito
O tanto quanto traço
Não fosse meu direito,
E sem qualquer espaço
A morte serve de leito,

Não quero qualquer luz
Somente o medo e o pus.

246

Não vejo o que viera
Nem mesmo se tentasse
Vagando sem a espera
E neste desenlace
O que me destempera
Espreita o que desgrace

Resulto deste nada
E nisto se aproxima
A vida desolada
Em rara e leda estima
Depois da turva estrada
O tempo em duro clima.

O medo traz sinais
Dos dias infernais.


247

Não vejo qualquer sonho
E ponho o meu anseio
Enquanto o que proponho
Propaga em ledo veio,
O canto mais bisonho,
E nisto em vão passeio,

Marcando com terror
O verso sem sentido,
A vida em desamor
O canto revestido
Mostrando a ausente cor
E o tempo resumido.

Ainda se fizera
No olhar a rude fera.

248

Apresentando ainda
O manto sem ternura,
A história já se finda
Envolta em tal tortura,
A morte agora blinda
E é tudo o que procura

Após o medo em vão
Imerso no infinito
Resumo da estação
Que tanto necessito
E sei da dimensão
Expressa em novo grito,

O peso desta vida
Na fonte subvertida.

249

Reparo o que inda tento
Após o quanto em risco
Pudesse ser atento
Embora siga arisco,
O nome em pensamento,
Agora além confisco.

E bebo a sordidez
Sem ser sequer potável
O mundo se desfez
Num tom quase intragável
E sei que já não crês
No quanto imaginável

Meu mundo se resume
Nas tramas deste ardume.

250

Não mais se vendo a sorte
Querendo pelo menos
O quanto me conforte
Em dias mais serenos,
Vagando em ledo norte
Bebendo tais venenos.

Esqueça cada engano
E trame o que não venha,
E quanto mais me dano,
Decerto não convenha
Viver em desumano
Cenário onde contenha

Semente que exaurisse
O sonho em tal tolice.

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