domingo, 27 de março de 2011

191

Aprendendo esta lição
Quantas vezes neste audaz
Caminhar a vida traz
Outra sorte em dimensão,
E perversa a sensação
E podendo ser tenaz
O meu canto deixa atrás
A temida solidão,
Versejando me liberto
Mesmo quando no deserto
Ascendera à plenitude,
Vicejando esta esperança
O meu canto ora se lança
Onde o mundo desilude.

192

Apresento o que pudera
Desvendar num novo salto,
E se possa no ressalto
Desacato esta quimera,
E bebendo noutra esfera
Coração em sobressalto,
O meu mundo mesmo incauto
Traduzisse a longa espera.
Resumindo o que se quer
Nos anseios da mulher
Que deseja claramente
Outro fato se apresente
E moldando o meu futuro
Traz o sonho e me aventuro.

193

Já não tento novamente
Outra sorte e direção
Onde quer que se apresente
Com certeza o coração
O caminho mais frequente
Traz no fundo esta emoção
E pudera pertinente
O cenário desde então,
Resumindo cada verso
Onde tanto me converto
O desejo mais disperso
Procurando algum acerto,
Nega em si a claridade
E a tormenta nos degrade.

194

No aprazível caminhar
Entremeio verso e sonho,
E se possa desejar
Onde amor; tento e componho,
Não queria desenhar
Nem sequer o mais bisonho
Canto em busca deste mar
Que deveras te proponho.
O versar sobre o que possa
Na incerteza de ser nossa
A palavra em consonância,
O meu canto não se vendo
No momento atroz e horrendo
Desenhando a discrepância.

195

Não quero e não teria melhor sorte
Quem busca do passado o seu destino.
E vendo o que pudesse cristalino
Já nada neste instante me conforte.

A vida sonegando algum aporte
Confessa com temor e me alucino
Ousando novamente em ser menino
Prevendo com terror o novo corte,

Jamais acreditei em fantasias
Diversas das que tanto ora querias
Moldando noutro enredo a vida frágil,

O passo se mostrara bem mais ágil
E tendo no final outro caminho,
Decerto não irei jamais sozinho.

196

Bebendo a vaga sorte aonde eu poderia
Versar com tão sutil anseio em tom tenaz
E quanto mais se quer a vida não me traz
Senão a mesma luta inerte em fantasia.

Verdugo da emoção, o mundo não traria
Deixando o que desejo agora para trás
E o medo de viver sem ter sequer a paz,
Matando lentamente em tétrica agonia.

A voz que não se cansa e mostra nova tática
Ousando ser diversa e nisto nada prática
Temática dispersa em tempo mais feliz

Vivesse tão somente o canto onde desejo
O mundo muito além do mero e vão lampejo
Trazendo a cada instante o quanto eu sempre quis.

197


Não pude desvendar
Sequer algum tropeço
Aonde eu reconheço
Decerto o meu lugar,
E sem qualquer luar
O sonho, este adereço
Ousando em recomeço
A sorte a se mostrar,
Vagando pelo mundo
Enquanto me aprofundo
Na imensa noite e, claro,
O tempo se anuncia
Em ritmo de alegria
E o canto à paz; preparo.

198

Esqueço qualquer tom
Do dia mais sutil,
E nisto o quanto viu
Sabendo ser tão bom
Viceja neste dom
O passo onde é gentil
O mundo outrora vil,
Agora muda o som,
E sei do quanto possa
Vencer a luta, a fossa
Vestindo a plenitude
De quem se faz além
Do sol e sempre vem
Trazendo a magnitude.

199

Já não posso contra o vento
Desvendar o que não venha
A palavra em sentimento
Traduzindo a mesma senha
Onde vivo e me alimento
Do que possa e já contenha
Traz em si contentamento
E deveras nos convenha
Acredito no futuro
E preparo no presente
Um caminho onde asseguro
O que tanto a vida sente.

200

Nova etapa que termina
Novo dia, pois virá
E decerto desta mina
Esperando desde já
A verdade cristalina
E o meu canto moldará
A palavra que alucina
E deveras mudará
O cenário onde se prima
Pelo tom em concordância
Outro tempo molda a rima
Sem temor, sequer ganância.

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