“Silêncio! Divindade! Anunciação!”
O amor se faz além de qualquer sonho,
E quando em versos tristes eu componho
Inverno destroçando algum verão,
Momentos mais sobejos me trarão
Um dia mais feliz; vivo e risonho
Aonde se mostrara mais medonho,
O tempo transformado. Sedução.
Seguindo cada rastro deste sol,
Que trazes no teu corpo, bela amante
O dia se transcorre deslumbrante,
Tomando em maravilha este arrebol
Na vívida impressão tão majestosa,
Canteiro em framboesa, dália e rosa.
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“chovem rosas e estrelas pela vida”
Enamorado sonho que me invade,
Aonde se pensara na saudade,
A sorte do viver se faz ungida.
Abandonando a dor, estrada urdida
Em plena e mais sobeja claridade,
O amor já nos trazendo a eternidade
Deveras desejada e tão querida.
Mergulho nos teus braços; vejo o brilho
Desta constelação que em luzes trilho
Chegando finalmente ao belo cais
Formado por estrelas, tantas rosas,
Estradas que pensara majestosas
Traçando tais caminhos magistrais...
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“Fugindo os passos teus, visão perdida”
De um tempo em dores feito, tumular,
Agora quando vejo em ti, luar
A sorte noutra senda resolvida.
Preparo para o medo, a despedida,
E bebo cada gota feita amar,
Sabendo com certeza desfrutar
Da mais bela visão de minha vida.
Redimo tantos erros, desenganos
E mudo a direção em novos planos
Traçados com as bênçãos deste amor,
E nele meu canteiro preparado,
Com toda esta emoção, já cultivado,
Trazendo a primavera em cada flor.
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“a estender-se, a alegrar-se... E enquanto vão”
Distante dos meus olhos sofrimentos,
Percebo com divinos pensamentos
Momentos tão sobejos que virão,
E neles novos rumos mostrarão
As direções suaves destes ventos,
E neles eu concebo meus alentos,
Traçando com ternura esta paixão.
Alegram-se deveras meus jardins
E encantos se espalhando pelas sendas,
Segredos de minha alma enfim desvendas
Moldando com beleza raros fins,
E a sorte de poder ser teu, somente,
Espalha em meu canteiro esta semente...
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“fechados... Noite... Sono... O gesto é gaze”
Caminhos que me levam para a dor,
Imagem de um momento sedutor
Por mais que a realidade já se atrase.
Não posso e nem pretendo ouvir o quase,
E sendo da maneira que ora for,
Cevando com cuidado cada flor,
O amor se torna enfim, sólida base.
E toda uma tristeza costumeira
Sem ter sequer espaço, já se vai,
A luz que em plena luz, mais luz atrai,
Da forma e da maneira que se queira
Permite o rebrilhar de um velho sonho,
Que agora do teu lado, recomponho...
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