sábado, 27 de março de 2010

27697/98/99;27700

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Jamais imaginara ser feliz.
A sorte tantas vezes maltrapilha
Vagando sobre pedras, sempre trilha
Fazendo do que sonho, o que bem quis.
Atrozes os meus dias, mas sutis
Erráticos caminhos onde brilha
A lua generosa, e a maravilha
Engana com momentos mais gentis.
Assisto assim ao fim de cada noite
Vestindo uma ilusão que não se deu,
O que pensara outrora fosse meu
Agora não passando de um açoite
Vergastas esfacelam minha pele,
Porém a fantasia me compele...



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Nefastos, com certeza sonhos ditam
As horas que poderia ter em glória
Assim se refazendo a minha história
Palavras não sussurram, sempre gritam,
E quando nelas sonhos acreditam
A vida há de ser mesmo merencória,
Aonde se tentara uma vitória,
As cercas da verdade delimitam.
E morro sem saber se ainda posso
Viver o que julgara fosse nosso,
Mas sei que não se deu nem se dará,
A morte me domina plenamente,
Enquanto dos meus olhos já se ausente
O sol que nunca mais me tocará.








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Pudesse ser romântico e talvez
Ainda acreditasse no futuro,
Mas quando vejo o céu do sonho escuro,
Percebo que este sonho se desfez.
Ainda persistindo a lucidez,
Bem sei o quanto é vago o que procuro,
Mas todo grande amor, eu te asseguro,
Diverso deste nada em que crês
É feito dia a dia, mês a mês,
E nele se percebe a sensatez,
Maior que esta loucura, eu te garanto,
Mas como ser feliz se não mais creio
No amor sem ter bom senso, ledo veio,
Que traça a cada não terrível pranto.

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