segunda-feira, 12 de abril de 2010

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29569


“com pupilas surdo-mudas”
Com caminhos mais diversos
Nada sabe quem dos versos
Na verdade não acudas
Sortes grandes ou miúdas
Dias vários e dispersos
Navegando em universos
Onde nunca mais acudas
Sem sentir qualquer alento
Desespero sei de cor,
Nem deveras o maior
Nem o frágil pensamento
Se eu pudesse não seria
Deste jeito a poesia...


29570


“alumiam madrugada”
Os meus olhos se nos teus
Já não vejo mais os breus
Dita sorte profanada
Na versão mais aguçada
Novos dias sem adeus
Quanto pude mesmo em Deus
Perceber a mesma estrada
Já traçada por quem tanto
Ao mostra-se em desencanto
Proferira novo dia
Sem saber do quando iria
Navegando a poesia
Destemido e sem quebrando.


29571

“roubam tua fadiga”
Os meus passos audazes
E se tanto perfazes
Porquanto desabriga
A sorte dita a liga
E nela tão mordazes
O quanto sei que trazes
Enquanto se persiga
A tua própria luz
Que se tanto produz
Reproduz cada sonho
Aonde meu desejo
Tomando o rumo eu vejo
Além do que proponho.


29572


“Mãos em desuso”
Pés em conjunto
Quando me ajunto
Passo confuso
Sigo sem fuso
Se eu sei do assunto
Eu me besunto
E cada falso
Novo percalço
Passo sem rumo
Vivo caminho
Cedo ou sozinho,
Sempre me esfumo...

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