terça-feira, 13 de abril de 2010

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29618

“em taças de ouro.”
Beber à farta
Sorte descarta
Ancoradouro
Vivo tesouro
Nunca se aparta
Relendo a carta
De vós me douro,
Seria tanto
Quanto tivesse
Imensa messe
Sobejo canto
Sabendo enfim
Do amor em mim.

29619

“que tão graciosa serves para a festa,”
E tanto quanto pode engalanais
Vencendo com ternura os temporais
O amor quando demais sempre nos gesta
Não posso perceber qualquer tempesta
Se em tanto tempo vivo tenho um cais
E nele com certeza derramais
Beleza sem igual ao sonho empresta
A senda mais sublime dita a vida
E dela se prepara a tão ungida
Vontade de seguir vosso caminho,
E quando mais encontro a correnteza
Amor se transformando em fortaleza
Dos deuses, neste instante eu me avizinho...

29620


“e dá-me um pouco desse claro gozo”
Sabendo desde quanto muito quer
Quem conhecendo a fundo uma mulher
Desfruta deste mar que é tão formoso
E bebe cada gota e tanto sabe
Diversidade transformando então
O quanto posso neste tanto ter
Vivendo sempre o divinal prazer
Singrando tenras luas cevo o grão
Sobeja glória divindade em vós
Servindo tanto quanto posso além
E sei da farta luz que agora tem
Quem caminhando em senda assim feroz
Desvenda cada passo rumo ao quanto
O amor se mostra sempre em raro encanto.

29621

“Apanhando grinaldas, vem, ó Musa”
Traçar com sonhos fartos; noites belas
E tanto quanto posso no amor revelas
Belezas tão sobejas dor escusa
E sinto ferve em nós vontade tanta
Diversa luz em tom melhor e raro
E quando amor além em ti declaro
Uma alma bebe a sorte e então já canta
Ao vislumbrar então clarão imenso
Sabendo sempre deste tanto amor
E nele vivo com fartura a flor
Plantada em luz ao se mostrar intenso
Desejo traça a sorte quando vejo
Em ti sobeja glória em tal desejo.

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“igual ao mel”
Bebo da luz
Que reproduz
Caminho e céu
Desvendo o véu
Em contraluz
Tanto seduz
Amor fiel
Reserva a sorte
Impede o corte
Transcendo quando
Transformações
Agora expões
Nos dominando...

29623


“e os anetos exalam seu aroma”
Tomando em minhas mãos tanto carinho
E nele com certeza se me aninho
A vida em tempestade já se doma,
Não posso prosseguir sem ter a soma
Da qual e pela qual jamais sozinho
O mundo transformando pão e vinho
Com força a cada passo ora me toma,
Resisto a tanto amor? Nem mesmo quando
Pudesse resistir, mas me adentrando
O quanto posso ainda acreditar
No verso mais feliz, a dor se aplaca
O amor fincando em mim a mansa estaca
Permite novamente navegar.

29624

“desabrocham as flores do carvalho”
E delas eu percebo a bela senda
Aonde tanto sonho já se atenda
No quanto em farta luz em me amealho,
Sentindo assim a sorte a cada atalho
O quanto do prazer amor desvenda
Não posso mais saber qualquer contenda
Se em tanto brilho nunca me retalho
Vagando por caminhos mais diversos
Usando como bússolas meus versos
Dispersos dias traço em luz enorme,
E tanto poderia ser assim
Amor domando cedo o meu jardim,
Do quanto desejara sempre informe.

29625


“Aqui num campo onde os cavalos pastam”
Risonhas maravilhas, fontes claras
E tanto quanto amor tu me declaras
Os dias mais doridos já se afastam
Os templos divinais só não me bastam
Vivendo com ternura tais searas
As sortes mais audazes; tanto amparas
As dores vão além e se desgastam.
Saber da plenitude deste encanto
E quanto mais feliz, eu sei e canto
O mundo mostra o brilho feito em sonho
O quanto posso ter até reponho
Cevando a glória e o fausto aonde posso
Sentir divino encanto teu e nosso...

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