1
“Tendo às mãos o poder de ser feliz,”
Eu sei o quanto posso caminhar
Sabendo quando devo navegar
Vivendo o que deveras eu bem quis,
Assisto à derrocada e a cicatriz
Expressa a realidade aonde o mar
Pudesse cada sonho transformar
E tanto quanto pude se desdiz
O passo noutro tanto em que buscara
Além da vida atroz, feroz e amara
O brilho iridescente da manhã
E sei da luta audaz que ora perfaço
Ganhando pouco a pouco em duro traço
O corte mesmo quando a vida é vã.
SOBRE VERSO DE ELISCHA DEWES
2
“Bebei do seu fragor, o vinho tinto e puro,”*
E trace com carinho o mundo que virá
E dele novamente o sol se mostrará
Enquanto em fantasia atroz assim perduro,
Vencendo a tempestade e tendo o que procuro
O mundo mais tranqüilo e disso desde já
Eu faço com meu verso o quanto poderá
Trazer felicidade em céu outrora escuro,
Não tendo mais a dor aonde se previra
A morte em vida ou mesmo a solidão venal,
O passo que perfaço adentra imenso astral
E assim se molda a sorte e quando a paz é mira
Atiro-me no encanto aonde traduziste
O coração em luz, antigamente triste...
SOBRE VERSO DE EDIR PINA DE BARROS
3
“Timbre viril no sangue, a inconseqüência”
Funesta realidade em que se vê
Um mundo aonde tanto e sem por que
A vida se mostrando em inocência
Assim ao perceber total ausência
Do fato que mostrara e sem se crê
Na solução porquanto se revê
História com terrível anuência
Do pendular caminho onde porfio
O quanto pude até num desafio
Fazer novo soneto em tom maior,
Jazigo da esperança o verso atroz,
E nele se escutando a minha voz,
Estrada para o fim, eu sei de cor....
SOBRE VERSO DE MIGUEL EDUARDO GONÇALVES
4
“O nexo de viver, um tempo original.”
Aonde se pudesse acreditar
Mais forte do que céu, luar e mar
O verso se mostrasse triunfal
Ascendo assim degrau após degrau
Ao quanto mais desejo imaginar
Vencendo os meus temores, devagar
Encontra um sereno então a nau
Porquanto não gestasse outro caminho,
E quando me encontrasse mais sozinho
Pudesse neste pouco, muito ou tanto
Erguendo o meu olhar neste horizonte
Sabendo a direção na qual se aponte
O rumo noutro encanto que ora canto.
SOBRE VERSO DE DIANA GONÇALVES
5
“quisera amar-te, mas não sou capaz,”
E assim talvez consiga ver o quanto
Depois de tantas dores, desencanto
Encontro finalmente a imensa paz,
E quanta fantasia o sonho traz
Embora se perceba torpe manto
Aonde a solidão, duro quebranto,
Traçando um dia a dia tão mordaz,
Mas quando no oceano da ilusão
Mergulho e percebendo a direção
Dos barcos eu desvendo assim o cais,
E dele me ancorando em fantasia,
A mão que tanto acolhe enquanto guia
Traçando novos dias, magistrais.
SOBRE VERSO DE ELODY
6
“E pudessem então explicar essa dor”
Que aqui conserva o medo aonde poderia
Saber tão simplesmente apenas da alegria
E nela novamente o rumo recompor,
Quisera acreditar e assim sem mais temor
Urdindo com meu verso a imensa fantasia
Aonde o caminhar deveras me traria
Além desta mortalha o bem do grande amor,
Pudessem me falar, os sonhos, pesadelos
Que a cada nova noite estúpida revê-los
Trazendo ao sonhador a fúria das tempestas
E delas se mostrasse um novo alvorecer
Enquanto se traçasse assim em tal prazer
A luz em galhardia, aonde a paz tu gestas.
SOBRE VERSO DE MARCELO BANCALERO
7
“Ajustar sílabas num verso estreito”
Traçando o sentimento em poucas linhas
E quando se percebe te avizinhas
Do rumo que deveras satisfeito
Trazendo viva voz ao mais perfeito
Fazendo das palavras tuas, minhas,
Plantando maravilhas, não daninhas,
O encanto num soneto tem seu pleito
E dele se mostrasse em tom suave
Liberto caminheiro sabe da ave
E como fosse assim um passarinho
O coração cigano de um poeta
Grassando em fantasia se liberta
Bebendo das palavras, raro vinho.
SOBRE VERSO DE ÁLVARES PARAHYBA
8
“Um sereno mirante em sáfara vereda”
Transgride com tal fúria a que se fez bacante
E vendo este caminho enquanto se agigante
A sorte noutro encanto, ao menos já conceda
A quem se fez poeta e assim quer e segreda
Falando sobre o tanto aonde fascinante
Orgástica alameda e nela a cada instante
O mundo se traduz; loucura em que proceda
O rito sensual e dele não se negue
Sequer a fantasia aonde já navegue
O tanto que desejo e sei ser muito além
Da senda preferida e sempre desejada
Alçando o paraíso insana madrugada
Aonde cada gozo, o que mais nos convém...
SOBRE VERSO D FÁBIO R
9
“Depois da benzedura fico quieto”
Já não comporta a porta em que engana
Assim a minha vida é mais profana
E o sexo meu assunto predileto,
E quando se prepara algum afeto
A morte não se mostra soberana
Enquanto este calor em mim se ufana,
Meu verso não seria mais completo
Não fosse esta certeza aonde vejo
Momento mais tranqüilo em azulejo
Ditando alguma sorte pra quem tanto
Sabendo usufruir sem mais perguntas
As almas em sevícia seguem juntas
Usando da nudez divino manto...
SOBRE VERSO DE JIMII
10
“A vida que tem também faces ferozes”
Ao trazer a dor repete velha história
E dela se faz o que bem sei vanglória
E ninguém mais escuta nossas vozes
Os dias comuns, mordazes quando atrozes
Não sabem jamais o que fora vitória
E traçam do não destroços da memória
Sabendo o terror e neles meus algozes
E do que passou prevejo o que virá
Caso a direção não mude desde já
Mudança sutil ao menos poderia
Gestar nova luz e dela com certeza
O que se faz vil devorando tal presa
A faca nas mãos matando a fantasia.
SOBRE VERSO DE ROMMEL WERNECK
11
“O azul do beija-flor, o azul da arara,”
Azulejando o céu de uma esperança
Aonde o olhar azul da sorte lança
O sul em azuis tons, o sol aclara,
E quando outrora blues agora em rara
Sobeja fantasia a vida avança
E assim em tons marinhos não se cansa
E a cada nova sorte anil declara,
Esboças o matiz desta alvorada
E nela se porfia novo tempo,
Deixando em tons sombrios contratempo
Iridescência em sonhos declarada
E nesta confluência, belos tons
Os dias com certeza serão bons.
SOBRE VERSO DE NILZA AZZI.
12
“Pinta o sete, celeste e tupi,”
Coração que se fez mais feliz
Um eterno e sincero aprendiz
Do que tanto sabia ou perdi
Existindo a promessa que em ti
Reconheço e deveras eu quis
Não permita maior cicatriz
Do que aquela que sei desde aqui
A esperança traçando outra senda
Onde outrora se fez mais cruel
Verdejante esta mata, este céu
De um anil bem maior se desvenda
Atendendo ao que tanto sonhei
Da justiça dourando esta grei.
SOBRE VERSO DE AMARGO
13
“Pra quê querer a cruz, dar asas à vaidade?”
Não poderia mesmo ainda acreditar
Num dia em que esta vida imersa em luz solar
Diversa deste nada aonde já degrade
Encanto de outro tempo, esboço uma saudade
E vejo tão somente o frio me tomar
Matando o que pensei em sol por sobre o mar,
E apenas o vazio enfim domina e invade.
Seara destroçada, assim vejo o futuro
Aonde poderia um cais manso e seguro
Palavra que se lavre em paz e temperança
Agora sem esteio eu sinto amortalhada
A velha poesia ausente ou desolada,
Ao ver o teu soneto entranha esta esperança!
SOBRE VERSO DE FIORE CARLOS
14
“onde o vento feroz vem celebrar a Morte”
Assisto à derrocada aonde houvera um sonho
Cenário se enlutando em ar duro e medonho
Pudesse ter aqui ao menos novo norte
Das brumas tão venais a vida em vil aporte
O quanto em solidão num ar torpe e tristonho
Enquanto outro momento, às vezes eu proponho
E dele qualquer luz, espero que comporte.
Mas sei quanto é sofrida a vida de quem tenta
Vencer com calmaria a fúria da tormenta
E nada conseguindo, entraves corriqueiros
E neles se revela a sorte desdenhosa
De quem ao ver a dor, da dor intensa goza
Meus versos do final são meros mensageiros...
SOBRE VERSO DE VIDENTE
15
“Há de entender que as cores da saudade”
Transformam o passado em viva voz,
E assim ao mergulhar em cena atroz
Apenas a lembrança desagrade,
E cria novamente tola grade
Aonde poderia em novos nós
Matar este passado mais feroz
E quando isto se torne realidade
A espessa maravilha feita em luz
Pudesse novamente além da cruz
Gerar outro momento em luz sublime,
Mas quando renascido este vazio,
A cena em que meu verso, pois desfio
Desnuda em torpe luto, um velho crime
SOBRE VERSO DE CIRO DI VERBENA
16
“ATUA EM MINHA VIDA, ASSIM TÃO BELA”
A sorte desenhada em tantos brilhos
Os sonhos são deveras andarilhos
Enquanto a poesia me revela
O tanto que se em luzes farta sela
A vida em novos rumos, claros trilhos
Não vendo a cada passo os empecilhos,
Perfaço a poesia como a tela
Que tanto poderia me trazer
Além de simplesmente algum prazer
A magistral idéia do perfeito,
Distante desta senda, nada faço
E tento reparar errôneo traço,
Mas mesmo assim no verso eu me deleito!
SOBRE VERSO DE RONALDO RHUSSO
17
“Ser feliz é um átimo na vida”
Um instantâneo apenas, nada mais
Enfrento a cada dia os vendavais
Buscando, labirinto, uma saída
E tanto se prepara a despedida
Enquanto os versos fossem mais venais
E deles adivinho este jamais
Do qual a sorte atroz se faz urdida,
Esgueiro-me entre as sendas mais terríveis
Buscando novos tempos impossíveis
E neles o que tanto ainda agrade
Quem sabe poderei de certa forma
Beber a fantasia que transforma
Gerando enfim em mim: felicidade!
SOBRE VERSO DE EMÍLIO CASTRO ALVES
18
“Acendo outro cigarro, o fumo me conforta...”
Assim ao me entregar aos sonhos do passado
O mundo que eu sonhara há tanto abandonado
Abrindo o coração; antiga e torpe porta
Enquanto esta ilusão ainda chega e aporta
O corte a cada não eu sinto aprofundado
O amor que eu tanto quis; num bar tão desolado
Seara da esperança eu sinto agora morta,
E o vento na janela, a vida noutro rumo
E como este cigarro aos poucos eu me esfumo
E vejo a solidão tomando todo espaço
Aonde poderia ainda crer na sorte
Diversa da que tenho e ainda me porte
O olhar nesse horizonte, ausente, morto, lasso...
SOBRE VERSO DE GOLBERY CHAPLIN
19
“Pra que meu mundo só de azul se vista”
Entranho pelos céus em azulejo
E quando alguma bruma inda prevejo
Momento que envilece não assista
Quem tanto percebera e até insista
Singrando cada via do desejo
E tanto se formando num lampejo
A sorte que é deveras tão benquista
Assisto aos derradeiros pesadelos
E quando vejo o azul ora envolvê-los
Tornando a minha noite mais risonha
Agraciando a messe de viver
Com tal imensidão feita em prazer,
Uma alma tenta o anil, liberta sonha...
SOBRE VERSO DE OKLIMA
20
“Invento, quando em vez, fazer aposta”
Sabendo da derrota antes do fato
E tanto quanto posso me maltrato
A vida a cada passo mais desgosta
De quem se imiscuindo sabe a crosta
E dela se percebe novo trato
O vento se transcorre em desacato
Palavra; eu não aceito quando imposta,
E tento a liberdade a cada passo
E tanto se pudesse, mas não faço
Do gozo temerário em vaga sorte,
Reveses eu conheço já de cor,
Não sei ser se menor tanto ou maior
Apenas que o prazer dome e comporte.
SOBRE VERSO DE PAULO CAMELO
21
“Duração de uma ruga retocada”
Especular vontade num aborto
Assim uma esperança em ar já morto
Não deixa que se veja além mais nada
E quando se propõe uma alvorada
Nefanda realidade dita o porto
E sigo; quantas vezes, mais absorto
Revivo a cada não a madrugada
Aonde em disparates me perdera
E tanto não pudera ou concebera
Ainda o renascer, mesmo tardio
Percorro as velhas sendas do que fora
E agora se percebe tentadora
A morte em cada verso, desafio...
SOBRE VERSO DE CARTA E VERSO
22
“A vila estava enfeitada”
Coração na boca, o sonho
Antes fosse mais risonho
Poderia ensolarada
A manhã felicitada
Pelo quanto recomponho
Do meu dia e me proponho
Renascer após o nada
Onde tanto poderia
Já não cabem mais palavras
E os meus versos ditam lavras
Sorte em festa? Não desvendo,
Mas encanto que estupendo
Renascendo em poesia...
SOBRE VERSO DE ALEXANDRE TAMBERELLI
23
“Eu queria um poema que imprimisse”
Em minha tez além do sofrimento
Aonde tatuasse o pensamento
E nele novo tempo que inda visse
O olhar que na verdade não cobice
O quanto em cada verso dita alento
Porém se para tal vivo talento
Já não suportaria uma mesmice
E assim ao me entregar sem norte ou rumo
Errático cometa se eu me assumo
Enfrento os vendavais tão corriqueiros
Poeta/agricultor sabe as searas
E nelas muitas vezes tu me amparas
Gestando em calmaria estes canteiros.
SOBRE VERSO DE GABRIEL CHERUBASH
24
“Sem forças recolhi meu amor parco”
Bebendo desta sorte tão funesta
E agora na verdade o que me resta
Levar como puder, a vida, o barco,
E sendo assim se errôneo mesmo eu arco
Enganos dominando a minha festa
Abrindo o coração, imensa fresta
O mundo se eu pudesse aqui abarco,
Mas vivo por viver e toco a vida
Embora reconheça uma saída
Embarco neste amor, mesmo sofrido
Herdando dissabores, nas tabernas
Diverso do que tanto agora externas
Ainda onde não fosse por libido.
SOBRE VERSO DE JRPALACIO
25
“O que ela tem de bela tem de esnobe”
E assim bem poderia acreditar
Na deusa deste imenso lupanar
Não fosse desfilar com tanto bob
Querida, por favor assim não sobe
Tampouco se eu tentasse desvendar
Magias onde outrora fiz altar,
E agora nem se fosse por um hobby.
O quanto me fizeste de panaca
Meu barco noutro cais, amiga, atraca
Estorvo? Já me basta a solidão.
E tanto poderia ter nuances,
Mas quando pavoneias nunca alcances
Dos meus anseios todos, direção.
SOBRE VERSO DE GONÇALVES REIS
26
“Nesse seu ar distante e indiferente”
A vida não mostrasse novo brilho
Enquanto fantasio e maravilho
Cenário onde se possa ou mesmo tente
Viver novo momento iridescente
E dele com ternuras eu polvilho
Diversa realidade onde palmilho
E beijo este passado, adolescente.
Sabendo do presente em que me vejo
Tocado num instante e num lampejo
Somente pela luz tão variável
Do encanto num segundo e nada além
Lembrança de outros dias ora vem
Transformando o implausível, palatável.
SOBRE VERSO DE KATHLEEN LESSA
27
“Repetir eu não queria”
Mesmo engodo do passado,
E ao me ver tão desolado
Senda amarga e mais sombria
Destilando a poesia
Mesmo texto decorado,
Outro engano, tolo enfado
Repetindo antigo dia
Onde pude ser feliz,
Quando fora um aprendiz,
Mas ao ver as cicatrizes
Tatuadas; pesadelo
Tão somente por revê-lo
Desencantos? O que dizes.
SOBRE VERSO DE CELINA FIGUEIREDO
28
“Princesa nunca fui, sequer pretendo”
O mundo transformando este castelo
Na angústia do sonhar, momento belo
Que fora noutro tempo, um estupendo
Delírio, mas agora que desvendo
Somente em minhas mãos, duro rastelo,
O quanto poderia e me enovelo
Nos dias em que a dor já me contendo
Não trazem nem as sombras do que fora
Uma alma muitas vezes sofredora
E nela esta verdade se completa,
Decerto caminheira do infinito,
O encanto tão passado eu exercito
No quanto traduzisse o ser poeta.
SOBRE VERSO DE HLUNA
29
“Pouco a pouco subiríamos”
Ao que tanto desejamos
Se deveras formos ramos
Do que tanto concebíamos
E decerto percebíamos
Que sem termos, sermos amos,
Liberdade nós galgamos
Muito além do que sabíamos,
Coração se libertário
Sabe o quanto é necessário
Na verdade ter um sonho
E se dele eu me deserto
O meu segue incerto
O meu canto, então, medonho!
SOBRE VERSO DE REJANE CHICA...
30
“Pela encosta da praia vou vagueando”
Seguindo cada passo deste sonho
E nele com certeza eu me proponho,
Ao um dia mais tranqüilo, ou mesmo brando,
Ao ver as andorinhas, belo bando
Migrando pelos ares num risonho
Caminho, solitário; então me exponho,
A fantasia em dores sonegando
Um dia mais tranqüilo em ondas calmas,
Aonde se entregando nossas almas
Pudesse acreditar enfim no amor,
Porém tantas procelas vida afora
E o medo de seguir intenso aflora
Negando todo passo em vão torpor...
SOBRE VERSO DE HELENA GRECCO.
31
“Bela rosa tem espinhos”
Deles fujo enquanto posso,
Mas encanto agora endosso
Quando sinto os teus carinhos,
Outros dias vãos, sozinhos
Sem o sonho teu e nosso,
Quanto em ti eu me remoço
Como eu fosse raros vinhos
E ao vagar em mansas ondas
As borrascas que me escondas
Perpetrando tal magia,
A minha alma embevecida
Quando estás em minha vida,
Noutro tanto fantasia...
SOBRE VERSOS DE OLHOS DE BONECA
32
“A felicidade é uma triste canção”
E quando se pudesse ainda acreditar
Nas ânsias mais sutis e delas céu e mar
Singrando em tempestade, espúria direção,
A cada novo cais, eu sinto outro tufão,
A vida não podia assim determinar
A vária realidade e nela irei buscar
Apenas temporais, os nortes me trarão?
Assíduo sonhador eu tento outra saída
A morte desenhada aos poucos doma a vida
E a despedida então entranha cada verso,
Pudesse navegar em águas mais tranqüilas,
Porém quando a verdade amarga tu destilas,
O canto que ora faço, em si mesmo diverso.
SOBRE VERSO DE NEUSI SARDÁ.
33
“Pintar co’o colorido da ilusão”
Um mundo mais suave e mesmo enquanto
Tentando novo manto e sem quebranto
Vibrasse nos delírios do sertão
Sabendo dos momentos que trarão
Caminhos para quem se perde ou tanto
E tendo esta certeza agora eu canto,
Matando o que pudesse solidão,
Escrevo cada verso como fosse
A vida este tormento que agridoce
Trouxesse tanta paz quanto a procela
Assim seara imensa descoberta
Enquanto me acolhendo ora deserta
Dicotomia intensa me revela...
SOBRE VERSO DE ANA MARIA GAZZANEO.
34
“É lúdico enquanto dura”
E terrores logo após
Tanto assim os mesmos nós
Produzindo esta amargura
Aonde outrora quis ternura
Quando alenta é meu algoz,
E se manso diz feroz
Maltratando me depura,
Sendo assim a cada instante
Nave firme ou flutuante
Gera rosas nos espinhos
E se tento navegar
Ressecando céu e mar,
Quando traça os meus caminhos...
SOBRE VERSO DE CESAR LICZIBINSKI
35
“Por aquela extensa e sinuosa estrada”
Vagando o caminheiro em busca de algum cais
Aonde não tivesse apenas vendavais
A sorte tanta vez há tempos destroçada
E nela não se vê sequer uma alvorada
Resposta a cada passo, assim se diz jamais,
Enquanto em vosso encanto, aos poucos derramais
Momento em que talvez ainda reste o nada.
Vencido pela angústia expondo a cada engodo
O quanto do meu passo enfrenta sempre o lodo
Mudando a direção deveras poderia
Saber porto seguro e nele enfim colher
A dádiva sublime e nela este prazer,
Porém somente a dor e nela esta agonia...
SOBRE VERSO DE NILS ZEN
36
“Nas noites em que a lua vai dormir”
Por sobre estas colinas, no além-mar
A cada instante volto a me lembrar
Do quanto poderia inda sentir
O amor ao dominar o meu porvir
Traçando com beleza este luar
E nele novamente me entregar
Sabendo do prazer, doce elixir,
E sendo assim a vida nos impõe
Momento prazeroso onde se expõe
O sonho aonde o pouco se completa,
Por isso neste encanto tropical,
Revejo o meu divino Portugal
Agradecendo a Deus por ser poeta!
SOBRE VERSO DE HENRICABILIO
37
“Por isso não se pode arrefecer”
Quem tanto batalhasse por um dia
Aonde a sorte imensa merecia
Ao menos um momento de prazer,
A vida dominando todo o ser
E neste belo encanto, a melodia
Que tantas vezes ouço como ouvia
Nas horas em que pude te conter.
Beleza sem igual, doce desejo
E nele saciado enfim prevejo
Um raro sol exposto na manhã
Lutar a cada instante sem fugir
Garantirá decerto um bom porvir
Valendo sempre enfim, o imenso afã...
SOBRE VERSO DE REGINA COSTA
38
“Deus entregou a terra ao ser vivente”
E pode com tal ato demonstrar
O quanto se é capaz mesmo de amar,
Embora o fim de tudo se apresente
Na mão que mais feroz já violente
O que se fez supremo, um belo altar
E assim a cada dia desfiar
A morte noutro tanto e desalente
Quem sonha com momento mais suave
Ao destroçar assim, seu barco e nave
Apenas o final, um sacrilégio,
Pudesse adivinhar esta amargura
Do Criador diversa criatura
Não teria jamais poder tão régio...
SOBRE VERSO DE CLAUDIO CAMARGO MARTINS
39
“Valeria pelo fato”
De um momento mais audaz
O que tanto satisfaz
E deveras desacato,
Não podendo este regato
Ser diverso e tão falaz
Onde busco ainda a paz
Só percebo este maltrato,
Riscos tantos nesta vida
Tateando muitas vezes
Já não somos mais as reses
Nem tampouco a despedida
Sendo urdida a cada não
Possa dar a direção.
SOBRE VERSO DE EDSON PAULUCCI
40
“Solidão cinzelou-se nos meus dias”
Aonde poderia acreditar
Na sorte bem diversa a me guiar
E nela com certeza já porfias
Mudando a direção, sem agonias
E quando mergulhasse no teu mar
Sabendo da beleza a se mostrar
Traçando com ternura garantias
De um tempo mais tranqüilo e nele eu vejo
Incomparável luz; vivo e sobejo
Caminho que me leve à perfeição
De um claro amanhecer em plenitude
E quando a solidão aos poucos mude
As sendas mais sublimes se farão.
SOBRE VERSO DE DENISE SERVEGNINI
41
“E o teclado ficou mudo”
Quando poderia ter
Um momento de prazer,
Mas agora se transmudo
Poesia; eu não me iludo
E decerto passo a ver
No talvez pudesse ser
Bem diverso, e assim me mudo,
Solitário? Vez em quando
E se tanto me mudando
Coração já não descansa
A verdade dita a sorte
Tendo o verso que conforte,
Minha vida será mansa...
SOBRE VERSO DE KATE WEISS
42
“Escravo da visão descreve o medo”
Qual fosse qualquer queda após a escada
A porta muitas vezes arrancada
Não sabe mais guardar qualquer segredo,
E quando em poesia eu me concedo
Vibrando com a noite enluarada
Romântica figura não diz nada,
Neon tecendo em brilho novo enredo,
Assíduo companheiro da loucura
Lunática presença me assegura
Nos bares, aguardentes, taça e vinho,
Mas quando me percebo em luz intensa,
Do quanto poderia em recompensa
Voltando para a casa, estou sozinho....
SOBRE VERSO DE DUDU DE OLIVEIRA
43
“Hei de amar-te por toda eternidade”
Assim não calarei mais o desejo
De ter a cada instante o que não vejo,
Mas sinto com mais força ora me invade,
Viver imensidão, felicidade
E nela todo o sonho em que azulejo
A vida num momento mais sobejo
Deixando para trás realidade.
Amar-te e crer deveras neste alento,
E quando me tocasse o sofrimento
Sabia novo rumo em minha vida,
Assíduo companheiro da ilusão
Certezas ou promessas guiarão
O passo sem saber da despedida...
SOBRE VERSO DE EDITH LOBATO
44
“Meu tempo completo”
No verso que faço
Assim sigo o traço
Perfeito e dileto
E se desafeto
Tomando este espaço
O rumo que caço
Deveras concreto
Permite esta lavra
A cada palavra
Tecendo infinito,
E sendo poeta
Amor minha meta,
O verso é meu grito!
SOBRE VERSO DE SUNNY LÓRA
45
“Hoje procuro em terra a embarcação”
Que possa me trazer algum alento,
A vida se perfaz em sofrimento
Enquanto no infinito a direção
Meu verso se completa em tanto não,
Mas nele vez em quando me apascento
Domando o mais complexo pensamento
Aonde quis um dia meu verão
O tempo sonegando cada fato
E tanto noutro tanto me retrato
Que eu possa me fazer de luz e brilho,
Assim ao me entregar à poesia
Um quanto ainda vivo fantasia
Diverso deste engodo que ora trilho.
SOBRE VERSO DE NATHAN DE CASTRO.
46
“Se os caminhos são confusos”
Muitas vezes diz engano
O que penso em desengano
Complicando velhos fusos
E se em tantos parafusos
Dita o mundo soberano
O que tanto ainda ufano
Serve apenas aos desusos
Entre abusos, usos, farpas
Entre cortes, sortes; vejo
O que dita o meu desejo
Penetrando por escarpas
Logo o vale se aproxima
Melhorando uma auto-estima.
SOBRE VERSO DE MIGUEL JACÓ.
47
“Por sobre o vasto mar e seu atol”
Solares maravilhas encontrei
Dourando com ternura a minha grei
Tocando com beleza este arrebol,
E quando permitisse assim a o sol,
O quadro pelo qual me emoldurei
Beleza sem igual eu naveguei
Amor se demonstrando ser de escol,
E tanto poderia ser assim
A vida deveria ter em mim
Tranqüilidade imensa em tal beleza
E quando me sentisse mais feliz
A sorte desairosa não desdiz
Levada pela rara correnteza.
SOBRE VERSO DE ARÃO FILHO.
48
“Tremo com o silêncio dos honestos”
E sinto assim que pode ainda haver
Depois de tanto inglório desprazer
Momentos que não sejam tão funestos
Não posso perceber entulhos, restos
Aonde poderia mesmo crer
Num raro e tão sobejo amanhecer
Deixando para trás torpes incestos
Na sorte em derrocada, dor cruel
O mundo não traduz o seu papel
E mata qualquer sonho de um momento
Ao menos onde eu possa desvendar
Beleza tão poética em luar
E nela com certeza enfim me alento.
SOBRE VERSO DE JACÓ FILHO.
49
“Traz a festança revirando a ceia”
A forte tempestade em que se vê
A vida sem saber sequer por que
E nela cada angústia se receia,
A lua que pensara outrora cheia
Agora bem distante não mais crê
Na vida em desregrado rumo e o se
Domina a realidade em que se anseia
A sorte no horizonte desvendada
Raiando com o sol numa alvorada
Aonde iridescente raio eu vejo,
E quando se tornasse tão brumosa
A morte se mostrando caprichosa
Matando o que eu sonhara em azulejo
SOBRE VERSO DE VITOR DE SILVA
50
“não te esqueças, meu senhor”
Quantas vezes poderia
Tanta luz em noite fria
Se eu tivesse enfim, o amor
Nada pode recompor
O meu sonho em fantasia
Onde a sorte mostraria
Qualquer rumo a se propor
Verso feito em noite mansa
A verdade sempre alcança
Neste tanto que sou tua
A mortalha do passado,
Noutro tempo desolado,
Hoje em dia não atua...
SOBRE VERSO DE DEDETE
51
“Sentindo esse desejo exacerbado”
Aonde a sorte dita o meu caminho
Se eu tenho com ternura este carinho
A solidão deixando no passado
Momento com prazeres desvendado
Jamais caminharei, pois, tão sozinho
E quando do teu lado me avizinho
Encontro novo rumo em flóreo prado,
Sabendo desta eterna primavera
A vida em tua vida se tempera
Gerando eternidade em cada verso
E quando imaginara mais distante
Agora ao perceber-te fascinante
No encanto deste amor eu sigo imerso.
SOBRE VERSO DE MARIO ROBERTO GUIMARÃES
52
“Um cansado colibri”
Procurando primaveras
E decerto não esperas
O que tanto quero em ti
Se eu pudesse o que perdi
Novamente em novas eras
Ao matar velhas quimeras
Louco amor eu concebi
Sorte amarga de quem sonha
Sorte dura e tão medonha
Cada dia mais se afasta
Minha vida sem amor
Vai perdendo toda a cor
Dia a dia mais medonha...
SOBRE VERSO DE MAVI
53
“O pêndulo seguia desvirtuando”
O dia após o dia, mês a mês
Diverso do que agora ainda vês
Aonde imaginara bem mais brando
E sei o quanto sinto mais nefando
A vida sem saber sequer porquês
Alheio caminheiro; já não crês
Nem mesmo se decerto demonstrando
A senda preferida, a mais gentil,
Ainda que outro rumo, pois sentiu
Quem tanto procurara a mansidão,
Por certo não teria outro momento
Se eu quando mais distante me atormento
Inverno dominando algum verão.
SOBRE VERSO DE SOGUEIRA
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“Firmes, frouxos, sinceros d’improviso”
Os versos que ora faço para ti,
Um repentista sonha e me perdi
Tomado pela sorte, sem juízo
E quando percebera este impreciso
Caminho pelo qual eu percebi
O rumo enfim traçado, lá e aqui
No encanto em que deveras me matizo,
O laço mais sublime poderia
Gestar dentro de nós esta aliança
À qual a poesia ora se lança
Traçando a cada rima uma alegria
E quantas vezes; bebo este aguardente
E nele este torpor que me apascente,
SOBRE VERSO DE MVA
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“Os trovadores vão formar corais”
Aonde a poesia dita uma ilha
E nela o sonhador decerto trilha
Momentos com nobreza, magistrais
E quando se mostrassem portos, cais
Palavras são deveras a armadilha
Cadência em rica rima sempre brilha
Traçando versos raros, divinais
E posso em vossas tramas mergulhar
Silvia Araujo POETISA Motta
Aonde a poesia sempre brota
E tem com tal sobeja um raro altar
E nele a fantasia rege a trova
Que um mero repentista agora prova,
SOBRE VERSO DE SILVIA ARAUJO MOTTA
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