domingo, 28 de março de 2010

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“Brancas bacantes bêbedas o beijam”
Enquanto ele ditando normas, leis
Diverso do que tanto procureis
Mentiras que deveras tanto aleijam
Da glória aonde o manto se sagrara
E agora em luzes falsas são vendidas
Levando às frias trevas tantas vidas
Da chaga escancarando, pois escaras,
Assim ao se fazer bendito, seja
Demônio disfarçado num pastor,
Vendendo bem mais caro cada andor
A sorte bem diversa do que almeja
Uma alma feita em cruz e sacrifício
Satânica afigura um “Sacro Ofício”.

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“De uma animalidade sem castigo”
Deveras ao se impor sobre os fiéis
Mudando na verdade seus papéis
Traçando a cada dia o desabrigo,
Não posso concordar com execráveis
Demônios se vestindo de pastores,
Causando tão somente dissabores
Aonde deveriam ser amáveis,
Medonhos os fantoches, pois heréticos
E assim ao se proporem redenção
Satãs adormecidos mostrarão
Condenam depois disso os mais ascéticos
Já que prostituíram próprio pai,
Para onde esta canalha agora vai?
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“Há estratificações requintadíssimas,”
Aonde se pensara em igualdade,
Depois venham berrar fraternidade
Em vozes mentirosas, mas “altíssimas”
Senhores do perdão e do pecado,
Tão torpes quanto imundos passageiros
E quando vão bancando mensageiros
Tentando corromper o nosso fado,
Mesquinhos os cadáveres que vendem,
Farsantes, pois hipócritas tal súcia
Usando cada dia tanta astúcia
Os seus próprios desejos sempre atendem
Usando das crianças indefesas,
Depois vêm proferir suas “grandezas”.

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“Como que, em suas células vilíssimas”
Usando de um farsante sacerdócio
Ousando maltratar cada beócio
Negociatas feitas, urgentíssimas...
São donos de riquezas, mil colégios,
Os mais caros decerto da cidade,
Depois vêm me dizer de uma humildade
Sandálias franciscanas? Sacrilégios.
Pedir perdão à corja tão imunda?
Jamais se poderia acreditar
Quem faz do próprio altar um lupanar,
E vive sempre às custas das profundas?
Infernizando tudo, nada vê
Vendendo com alto ágio o que não crê!

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“Nutrindo sua infâmia a leite e a trigo”
Usando do infeliz a carne exposta,
E há tanto com certeza decomposta,
Vendendo caro o grama. Não consigo
Nem posso suportar tanta mentira,
E mesmo que não creia neste pai,
Enquanto a corja escusa sempre trai,
Aonde acreditar em fogo e pira?
Expira-se a verdade a cada dia,
Amortalhando assim quem disse amor,
E mesmo que não seja o salvador,
Ser explorado assim? Jamais devia.
Maldita seja então esta canalha,
Que para os Demos, todos, já trabalha.




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“Que o sensualismo sodomista exalta,”
Vontades escondidas, seminários,
E neles se trancando nos armários
O sexo que deveras já faz falta,
Assim ao se mostrar mais arredio,
Sacrílego demônio, quase eunuco
Verdade quando dita, sempre educo,
Vivendo tão somente em tosco cio.
Gerações se perdendo neste infausto
Matando gerações que porventura
Ainda seguem cegas na procura
Daquele que se deu em holocausto.
Castrassem, pois então estes satânicos
Ou liberassem gozos mais orgânicos.

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“Estoutro agora é o sátiro peralta”
Que faz da turbulência seu enredo,
E quanto dos meus sonhos eu concedo
Enquanto este demônio já se exalta.
Incautos desperdiçam seu dinheiro
Em tantos donativos para quem
Deveras na verdade só contém
Satânico caminho, corriqueiro,
E quando se acusado de pedófilo,
Por ter furtado grande doação,
No mínimo o canalha é um ladrão
Bebendo de uma cruz, chega a necrófilo.
E o pandemônio dita norma e lei,
Depois fui eu ateu, que tanto errei...


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“À herança miserável de micróbios”
Refeita em vida nova, bem mais sábia
E quando desta vida surge lábia
Perfazem descaminhos nunca sóbrios.
Vendendo um pobre ser crucificado,
Jogado num altar, tanta vergonha,
Sabendo da serpente e da peçonha,
Da imensa taxação de algum pecado,
Prostíbulos aonde Madalenas
Apedrejadas morrem dia a dia,
E assim nesta terrível heresia,
Aquele que pensara mais serenas
As vidas pelas quais se dera inteiro,
Do amor e do perdão, vão mensageiro.


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“Estragou o vibrátil plasma todo,”
Aquele vendilhão num belo templo
Que agora embasbacado já contemplo
Rescende neste instante a charco e lodo.
O povo compartilha a mesma cruz
Daquele irmão que um dia se quis deus,
E quando vejo a sorte num adeus,
Eu tenho pena mesmo de Jesus.
Pudesse esse judeu ter mais juízo
Seria rei, não nego a majestade,
Porém num holocausto à humanidade,
Arcou somente com tal prejuízo,
Enquanto em cima dele fazem festa,
A imagem do cordeiro é tão funesta.


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“E foi então para isto que esse doudo”
Um dia se deu mesmo em sacrifício
Seguisse carpinteiro, belo ofício
Abrindo alguma tenda, com seu toldo,
Não seria jamais exposto ao fato
De ter a sua face maltrapilha
Domada pelos lobos, vã matilha,
Cabeça decepada noutro prato.
Agora se perfilam desonrosos
Venais e sacripantas, tanto nojo,
Enquanto a cruz eu vejo neste bojo,
Aonde procuraram os leprosos
Agora são vendidos os milagres,
Dos vinhos feitos Graça, só vinagres.

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