terça-feira, 30 de março de 2010

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28051


“Alegra-te, meu filho, então serás um homem”
Se em todo vão momento enfim puder olhar
Além deste horizonte, além deste luar
Por mais que estas venais dores já nos consomem,
Ainda se acredite em dia pleno em paz
E dele perceber a raridade em luz
À qual toda a verdade um dia nos conduz
No amor que vence tudo e sempre satisfaz
Tornando o temporal um mero contratempo
Sabendo a tempestade imensa, passageira
E além de qualquer medo ainda já se queira
O instante mais tranqüilo, além do próprio tempo,
Audaciosamente um rumo aonde possa
Viver com tal ternura, a glória sendo nossa.

28052


“Quando já nada houver em ti que seja humano”
Puder seguir a senda aonde a lua trilha
E dela decifrar imensa maravilha,
Mudando num instante o medo e o desengano,
Sabendo que amanhã o sol renascerá
E dele a natureza embebe-se em ternura,
Além do que talvez mais possa esta amargura
Perene uma alegria e dela desde já
O rumo se transforma em paz, serenidade,
O quanto se deseja o tempo mais suave,
Sem nada que magoe ou mesmo que inda agrave
A dor que qualquer dia, em trevas nos invade,
Tocando o fundo da alma e assim se transtornando
O que deveras fora outrora bem mais brando.

28053

“Sem receares jamais que os erros te retomem,”
Seguindo a caminhada em busca do que um dia
A sorte desenhara em mansa sintonia,
E agora em dores vãs os medos já consomem,,
Não deixe que esta incúria invada o pensamento
E transforme o guerreiro audaz que sei em ti,
No quanto em tanto inglório, o mundo que perdi,
Não possa te trazer sequer duro tormento,
Assim meu filho creia a manhã nos trazendo
A paz que tanto quero e ausente dos meus olhos,
Aonde quis roseira, apenas vis abrolhos,
Que possa se mostrar o amor em dividendo,
Decifro este futuro em voz bem mais tranqüila
Enquanto a claridade aos poucos se perfila.

28054


“Pairando numa esfera acima deste plano,”
Felicidade mostra o quanto é necessário
Vencer o temporal, às vezes temerário
Tornando mais ausente a dor e o desengano,
Aonde se pudesse um dia em claros tons,
Momento de alegria, em paz e tão sereno,
Mergulho nesta luz e quando vejo ameno
O sol que nos trará em alvorada os dons
Do amor que se eterniza em atos mais sutis,
Permito-me sonhar além do quão podia
Imerso nesta senda em plena fantasia,
Sabendo-me por fim o quanto se é feliz
Quem tenta e já concebe a glória de um amor,
E nela todo dia, o sonho recompor.


28055


“Abrindo o infinito ao rumo dos teus passos”
Seguindo em tempestade, alheio aos temporais,
E tendo em teu olhar, imenso e claro cais,
Singrando com ternura os mais duros espaços,
Vencendo o medo imenso e traçando o futuro
Em cada novo verso, a voz de uma alegria
Que tanto se percebe enquanto já nos guia
Ainda quando o tempo expõe-se mais escuro,
Não deixando afinal o medo te vencer,
E mesmo que isto ocorra em ti eu conseguindo
Saber do quão sobejo o mundo bem mais lindo,
E nele refletindo a imensidão do ser,
Que sei somente em ti, eu vejo caro filho,
Assim somente assim, em ti imenso brilho,


28056

“Mas, ainda para além, um novo sol rompeu,”
Traçando no horizonte um cais maravilhoso,
E assim se mostra então um tempo majestoso
Diverso do que outrora imerso em tanto breu,
Deixando para trás o medo mais cruel
Vagando em noite escura imenso temporal,
E agora que se vê um novo e triunfal
Belíssimo momento envolvendo este céu,
Cenário feito em luz aonde um sonhador
Pudesse desfilar em glórias o futuro
Matando o que já fora, um dia tão escuro,
No secular desejo expresso em raro amor,
Vender o descaminho e ter imensidão
Singrando um belo mar e nele esta amplidão.

28057


“Já dominaste os reis, os tempos, os espaços,”
Ao te mostrar inteiro além da eternidade,
E quanto bem mais alto ainda em sonhos brade
Seguindo no futuro os mansos, doces traços,
Atando com firmeza assim os fortes laços
Tramando com beleza intensa liberdade
E nela se percebe os tons da claridade,
Deixando no passado os medos, vagos, baços,
Entranhando infinito e singrando este mar,
Aonde eu poderia um dia desfrutar
De toda a glória imensa, e nela me adivinho
Envolto pelo abraço em paz e luz superna,
A sorte se mostrado agora em senda eterna,
Jamais eu me verei de novo tão sozinho.


28058


“Então, á ser sublime, o mundo inteiro é teu”
Pois sabes decifrar enigmas da ilusão
E quando tanta dor, os dias mostrarão
Diverso do que outrora o rumo se perdeu,
Agora em luz perfeita além de qualquer breu,
Tomando mavioso assim toda a amplidão,
Aonde se podia a paz ser solução,
Encontro em cada passo, o amor em apogeu,
Vencendo todo o medo, invades infinito,
E sabes muito bem, de todo intenso rito,
No qual se traduzira a imensa liberdade
Por onde um caminheiro encontra a sua glória
Mudando num momento o rumo desta história,
E apenas a alegria, agora já te invade.

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