terça-feira, 30 de março de 2010

28093/94/95/96/97/98

28093


“Se à torva intolerância, à negra incompreensão,”
Não souberes meu filho em paz já suplantar
Deveras tanto dor somente a se espalhar
E tudo o que vivera enfim seria vão,
Os dias com ternura eu sei que mostrarão
A cada novo raio um belo e bom luar
E mesmo quando a chuva aos poucos te tocar
Maravilhosamente em ti será verão.
Os dias são assim, momentos nada mais,
Às vezes tanta dor, às vezes magistrais,
Mas sempre me ensinando enfim a dar o passo
Preciso e necessário aonde possa ver
A plenitude feita em glória e no prazer,
Seguindo desta sorte, o firme e belo traço.


28094


“Trilhando sem revolta um rumo solitário”
Ao fim da caminhada as cores do jardim,
O mundo se percebe e sempre é mesmo assim,
Por mais que dolorido, o tom deveras vário,
Não deixa que se veja apenas solidão,
É nela que se aprende a ter melhor caminho,
Por isso se traçando um novo e manso ninho,
Em solilóquio mesmo, encontro a decisão.
E tendo sob os pés passada bem mais firme,
Que cada novo dia, a história se transforma
E sem ter regra ou lei, não obedece à norma,
Precisa-se do tempo e nele se confirme,
O rumo que se acerta, às vezes mais banal,
Ao fero a mansidão, se mostra triunfal.


28095


“Quando ninguém te crê…Se vais faminto e nu,”
Por mais que seja audaz o passo de quem tenta
E segue contra a força atroz e violenta
O manso vencerá, e espero sejas tu.
Não tema a noite escura, o sol rebrilhará
Tampouco a fome imensa, a sorte já sacia
Quem tanto nesta vida em busca da alegria
Começa a caminhada e sabe desde já
Da glória de uma luta, aonde se mostrando
Em pleno temporal, o coração suave,
Por mais que o dia a dia a dor cruel agrave,
No fim só vencerá o que se fizer brando,
Não deixe que a tormenta abale o firme passo,
Tampouco se entregando ao frio, dor, cansaço.


28096


“Se podes crer em ti com toda a força de alma”
Não tema o caminhar embora tão sombrio,
Se quando em solidão a sorte desafio,
Deveras a certeza um dia já me acalma,
Saber do quão dorido o mundo feito em mágoa
A sorte não permite um ato tão cruel,
Estrelas vejo agora e dominam o céu,
O rio mais atroz, num mar sempre deságua
Por isso caro filho, ouvindo a voz da paz,
Do amor que tanto acolhe e nele se percebe
Beleza sem igual, incomparável sebe,
Assim o mais tranqüilo é sempre o mais audaz,
Acreditar em ti e não temer mais nada,
Sabendo desta luz, num sol, plena alvorada.



28097


“No mundo a delirar para quem o louco és tu”
Já não se permita amado a dor que nos invade
E toma a cada instante o que em tranqüilidade
Expondo esta verdade inteira sempre a nu.
Vencer a frialdade e crer nalgum futuro
É tudo o que se quer e neste desafio,
A sorte a cada instante eu tento e já recrio,
Deixando no passado o céu que fosse escuro,
Cevando uma esperança e nela esta certeza
Aonde poderei sentir a maravilha
Do dia que virá na lua que ora trilha
Tornando em prata inteira a bela natureza,
Assim meu filho veja o mundo em belo olhar
Sabendo quão preciso é sempre o muito amar.


28098


“Se podes conservar o teu bom senso e a calma”
Durante a mais sombria e fria tempestade
Por mais que o dia a dia aos poucos se degrade
Não deixe em ti sequer menor sombra do trauma,
Vencendo o descaminho em ti eu concebendo
O quanto que me orgulho e sei quanto és imenso,
Decerto então meu filho, assim eu convenço
Do dia me que vieste, o mais raro e estupendo,
Aonde a plenitude em amor sendo feita
Gerara com ternura, encanto sem igual,
Por mais que eu tenha sido, às vezes tão venal
Minha alma ao ter sabe e nisto se deleita
Ao ver e conferir, beleza do cenário
Do quanto amor se faz urgente e necessário.

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